Os extremistas somos nós

Bom dia.

Faz tempo que ouvimos isso, não há um de nós que não tenha lido algum idiota nos chamando de coisas do tipo em uma discussão besta sobre o teor de um filme, a posição de tal artista, ou a inclinação maior ou menor de dada figura política para um tema mais intenso, relevante. Não é coisa deste ano ou do ano retrasado.

Já contei essa história N vezes. De como eu passei a ler os textos do Olavo de Carvalho. Uma amiga à época, no meio de uma daquelas discussões tenebrosas sobre a horrível situação economica do país pré-impeachment da Anta, me disse achar muito estranho eu ter mudado de opinião política dramaticamente naquele tempo. E me perguntou se eu estava mesmo lendo o Olavo, pra ter ficado assim tão radical…

E eu nem lia ele, nem ligava. Mas minha amiga me acusou de estar lendo o cara e por isso, estar ficando “radical”. E eu nunca tinha parado pra ler nada. Mas eu, criticando a Anta, estava assumindo uma posição mais “radical”. E em inúmeras outras situações fui chamado de “radical”, “fanático”, “doido” – uma outra amiga minha dizia para conhecidos que eu havia enlouquecido, por causa do autismo – e outros termos menos votados.

Todos nós em algum momento fomos chamados de extremistas. Radicais. Porque em algum momento batemos o pé e nos recusamos a aceitar o senso comum. Há quem sempre tenha se comportado assim e sempre tenha sido conservador. Boa criação familiar e boas referências sociais, uma religião ou um ofício determinam quase tudo neste processo. Há quem tenha mudado de opinião diante dos fatos e da realidade que nos foi apresentada nos últimos tempos.

E viramos reacionários. Tipo o Seu Nélson, que reagia furioso quando o “acusavam” de ser reacionário – tudo bem o Drummond ser gauche na vida – e dizia que SIM, ele era reacionário, reacionário a tudo que não presta na vida. Reacionário, que defende a manutenção da ordem, das regras, dos lugares e dos costumes básicos. Da sociedade como a conhecemos, principalmente. Manter o bom, melhorar o que precisa e inovar o necessário.

Somos hoje os extremistas. Há quem diga que a culpa foi do Bolsonaro, que poderia ter falado menos, confrontado menos, sido menos radical e evitado colar em todos os conservadores a pecha de “radical”, “extrema direita”. Bobagem, esta semana recebemos a horrível informação de que ser moderado e ponderado não muda NADA na nossa relação com o progressismo. Bolsonaro era boquirroto, falava muita merda e quase morreu covardemente. O Uribe, coitado, tentou ser legalista e racional, morreu na mao de um moleque de gangue. Charles Kirk, homem boníssimo e profundamente educado acabou daquele jeito horrendo. Ser prudente e razoável não atenua o ódio que a esquerda tem contra os conservadores.

Quer dizer, não importa MESMO você ser moderado, ponderado, educado, razoável, sutil. Você não será bem vindo à casa dos progressistas que lhe odeiam. Porque eles nos odeiam irracionalmente. O temor de ser chutado do seu bando por parecer mais moderado. De acabar sendo perseguido pelos seus ex-amigos. Do abandono moral, do desprezo, a perda de oportunidades de crescimento, da vergonha de admitir que estava errado para seu círculo familiar e social e pior, ver a extinção da sua “rede de apoio”. Odiar você é parte da vida do esquerdista. Nada pessoal, não é sobre você, é sobre a sua opinião.

E para nos enfrentar vale tudo. Qualquer coisa, qualquer argumento. A CNBB que sequestrou a Igreja Católica para culpar o Capitalismo pelas doenças dos índios alcoolatras que enterram crianças no xingu, ou os psicólogos ativistas associando qualquer tipo de transtorno à machismo, homofobia, abuso na infância e autismo, drogas e suicídio, para socar na conta da “família tradicional” a culpa pela esquizofrenia da Patrícia, 23 anos, 127 kg, dezesseis piercings e sete anos e meio na faculdade de ciências Sociais da Uff.

A poluição e o meio ambiente, os cachorros sem coleira e direitos civis, as vacinas pra evitar doenças que nunca sao evitadas, a bicicleteira maldita que tenta morrer debaixo do caminhão de lixo, os negros que precisam de cotas até pra pegar fila da pipoca no cinema e os 2% de LGTVHD4K nas vagas dos concursos, as pessoas com crachás coloridos com fitinhas de girassol pra te alertar de qualquer tipo de transtorno inimaginável que ela venha a possuir e os sem teto que têm casa e carro mas invadem o prédio pra depois revender…

Tudo isso, todos estes entes quase esotéricos, e mais uns mil tipos bizarros e impossíveis, gritam o tempo todo que nós somos os extremistas. A pessoe que use pronouns neutres pra dialogar sem ofender os 248 generos diferentes – mas que sempre se parece com a Barbie da cracolândia – e que defende ativamente o direito de fazer do seu dogue alemão de 45 kg um parente vai te xingar intensamente quando lhe ver aplaudindo um ladrão fuzilado pela PM. E vai te chamar de fascista. Racista. Extremista.

Friso: não há nada que possamos fazer diretamente contra estes animais. Pois esta formação, esta cultura está dentro das nossas casas, está entranhada na escola, na Igreja, na mídia e na universidade, no Estado e nas empresas. Esbarramos com este tipo de gente o tempo todo. Claro, no interior há menos barreiras entre as pessoas e assim estes malucos têm menos margem para agir e propsperar. Mas é algo generalizado. Abra um livro de escola e veja o que é ensinado, anote o que é contado nos vídeos de tiquetoque. Um folheto de missa, o release da comunicação social da firma.

Somos os extremistas. Seremos culpados de crimes impossíveis, de males absurdamente inexplicáveis. Nosso churrasco fere o planeta, ofende pessoas e sentimentos, faz mal à Gaia Terra com os peidos das mil vacas que comemos insanamente todos os anos. Aquele moleque magrelo com camiseta de anime te odeia porque você se parece com o que ele ACHA que seria o pai dele, desaparecido a 23 anos. Seus colegas de trabalho torcem diariamente para que você pegue covid e morra, para finalmente poder se sentir bem com as dez vacinas que tomaram.

Desapeguem de explicar, de ajudar, de dividir com quem não nos quer bem, e não compartilha de nossas crenças. Não vale a pena. Já falamos mil vezes disso, mas ultimamente a coisa está mais severa. Somos o caçador odiado por matar os javalis na fazenda. Ninguém liga para os nossos motivos, mas todos acham que somos os vilões porque estamos matando o Pumba da dísnei diariamente. Esqueçam essa gente.

Bom dia, extremistas.