Meio-ambientes insalubres

Bom dia!

Suponhamos que eu em um universo paralelo fosse um repórter inglês que trabalha com temas de meio ambiente, política, e que goste de viajar, ir ao exterior e em lugares nem sempre recomendados pelo TripAdvisor. Jornalismo é isso, né? Buscar a notícia onde ela está acontecendo, trazer à tona o escondido e apresentar para a sociedade problemas ocultos que a influenciam ou influenciarão em breve.

E eu escolho um lugar espcialmenmte tenso pra trabalhar e acabo pegando o esquema, o gosto e encosto aqui. Trabalhando a la Sebastião Salgado, recebendo salário pra mostrar pobre e criança remelenta pro mundo Civilizado, acabou que deu bom, ficou maneiro aqui. Né tão ruim assim, parece simples viver com os arborígenes, etc. E nisso se vai mais de uma década, claro.

Então eu um belo dia resolvo que vou investigar perigosos grupos de contrabandistas no interior de uma das regiões mais perigosas de um dos países mais perigosos do mundo para se viver. E vou sozinho, de boa, batendo papo com os índios que vivem o lugar, que é cheio de reservas indígenas. E conto pra eles das minhas idéias, as paradas que estou querendo descobrir, sabe… é importante.

Acho um colega que é da área, conhece bem as paradas e que resolveu também entrar nessa de embrenhar na mata, buscar o Coração das Trevas, exatamente como no livrinho do Conrad: Uma jornada em busca da Verdade e de desvendar crimes enormes, coisa complexa, descaminhos imensos. Só os dois. Na mata, perambulando pelas vilas sem avisar um conhecido sequer, sem dar ideia para a Justiça e a Polícia.

Aí eu pergunto: O que poderia dar errado?

Simples: Acho um absurdo. O jornalista lá, em que pese ser inglês, conhecia bem os problemas da região. Estava junto de um cara que é conhecedor profundo dali, inclusive sendo defensor dos índios “sem fazenda, com hilux”, daquele pessoal ideológico da FUNAI (sim, já disseram que o biroliro mandou matar ele) que os radicais adoram. Os dois não eram digamos… “ineptos” no processo. Não havia pra que se submeter a tanto risco desnecessário. Aquela região é um INFERNO, um fim de mundo.

Ademais os caras vão pro mato VOLUNTARIAMENTE. Escolheram ir, e foram caçar o problema. Notemos que foram sem repassar informação a terceiros. É temerário. Perigoso, ainda mais lidando com gangues de contrabandistas ligados aos índios e garimpeiros. Não tem ninguém 100% confiável ali. E certamente haviam os que os tomassem por “problema sério”. Altamente provável que se tenha dado cabo deles neste contexto lamentável.

Já se está politizando o assunto, claro. Vejo a canalhice da mídia e tenho nojo mesmo. São cães, são covardes. No Brasil somem absurdas 20 mil pessoas por ano. Some 20 mil por ano. Some, desaparece. Sabemos que uma parte é morta pelo crime organizado e simplesmente “evapora” nas estatísticas oficiais. Outra desaparece mesmo. Gente comum, que vai ali na rua e nunca mais volta. Isso existe em qualquer lugar. No norte do país, principalmente, o sumiço de crianças e jovens é alarmante.

Obviamente o Estado vai agir pra encontrar os caras. Mas querem que o biroliro ponha até os generais na mata caçando eles. Quando os três moleques sumiram aqui no Hell, foi essa palhaçada toda até descobrirem que foram traficantes os responsáveis pelo sumiço deles. Polícia passou seis meses caçando, prendeu e matou quase 50 criminosos e quase resolveu o caso. Estes babacas da mídia não ligaram mais para o caso, não dava pra culpar o Estado, o presidente, etc.

Semana que vem isso já acabou, mas repiso sempre: É bobagem, os caras querem apenas encher o saco. Temos coisas mais sérias a verificar e cuidar.

Bom dia, e mandem a localização do seu celular pra sua Senhora aí, tá ok?