A Arte do Enriquecimento Muquirana – CVR

Bom dia! hoje é dia de CVR… Um CVR gourmet do PDQ, bem mineiro!

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Lembram-se da minha antiga diarista e das suas aventuras na casa de uns ricaços que, cereja no bolo, compraram certa vez uma caixa com 6 vinhos no valor de 70.000 dilmos ????????

Isso gerou certa polêmica aqui, inclusive com remissões ao célebre caso do Cetáceo e seus chocolates de 5.000 dilmos… Hoje ela – cozinheira de mão cheia, quase chef de cozinha, e certamente desperdiçada por aí em empregos do tipo lava-passa-arruma-cozinha, esteve aqui em casa preparando em almoço pra uns convidados que recebemos…

Logo cedo, papo vai, papo vem, perguntei do atual emprego.

Carteira assinada, casal de idosos, um deles acamado. Família de renda pra lá de alta, inclusive com casa na beira de Furnas, com direito a lancha e o kraio a 4… Trabalhando na casa cuidadores 24h, ela na limpeza e preparando alguma comida… Pois bem, começa agora a bomba: o dono da casa faz compras pessoalmente. Até aí tudo bem. Ele curte pegar o carro e dar o rolê no supermercado.

Mas a história engrossa no fato do sujeito ter uma fixação pelo BH Supermercados (super mais “popular” aqui do Zonte). Até aí tudo bem ainda, vá lá, eu tb, muqui que sou, tb curto ir lá e fazer uma compra mais em conta, economizar um pouco né… Sabendo que teoricamente eu poderia ir confortavelmente apenas ao Verdemar (aka Zona Sul no Rijota e Santa Luzia em Sampa)… isso me geraria um gasto extra, é claro, mas nada que eu não pudesse cortar em outro ponto do orçamento aqui…

Enfim, o tal velhinho vive no BH.

E agora chego ao cerne do CVR: pqp, o homem tem predileção por comprar TODOS OS PRODUTOS DE MARCA PRÓPRIA DO BH… Sabendo que muitos deles são bem ruins, como o sabão em pó (palavras da minha assistente eventual, que obviamente já tentou comprar pra economizar e desistiu de tão ruim kkkkkkkkkkkk).

Porém o problema mesmo é o tal sujeito comprar apenas o CAFÉ DA MARCA DO BH.

Nunca tive coragem de comprar isso. Segundo ela o tal “café” tem gosto de capim kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk… é intragável… Eu disse pra ela, é claro que tem, pois é capim mesmo, uai !!!!!!!!!!!!!!!!!

Palavras dela: “Nem eu que sou pobre, PdQ, compro isso !!!!!!!!!!! Credo !!!!

Conclusão:

1. No CVR antigo, enterrar 70.000 na caixa de vinho, OK, tá rasgando dinheiro, mas se tem…. problema deles !!! (fica só a questão meio moral meio ética desse mesmo povo pagar o mínimo possível aos funcionários da casa, como se fizesse diferença no bolso…
2. Nego ter lancha, o escambau e etc, e tomar café do BH ???????? PQP, como pode ??????????? 

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Então há dois caminhos pra resolver a questão de ordem do nosso amigo histórico de Belzonte: Se a família tem um ótimo padrão de vida e passeia de lancha na Pampulha ou lá “ni” Capitólio, mas compra café de mercado – Esse é HORRÍVEL, já experimentei – então a muquiranice da família talvez tenha dado resultado! Veja bem: um quilo desse capim torrado custa 25 reais. O café bem marromeno que estou tomando esta semana custa OITENTA REAIS o kg. Uma cápsula de nespresso tem CINCO GRAMAS DE CAFÉ e uma caixa com dez, custa módicos vinte reais. Então o quilo sai a… faça a conta e se desespere.

O cara é sovina e só usa coisa vagabunda em casa sem ligar para desempenho, qualidade ou economicidade. Pega o mais barato e pronto. Se ele pega e toma o café que eu tomo, ele gastaria sei la, uns setenta reais mensais a mais, só no café. Esses setenta reais acabam no tanque do Evinrude da lancha dele. Tem lógica? sim. Tá certo? ça depend.

Outro caminho é o de que o cara simplesmente não enxerga vantagem objetiva em comprar coisa boa pra empregada desperdiçar, ou não percebe grande vantagem em comprar um amaciante que custa 20 reais o litro, ao inves daquele garrafão big coke de dez reais das marcas obscuras do atacadão para suas roupas, ora essa. O gasto em qualidade depende da nossa percepção de que aquilo é “bom” ou “ruim”. Eu não gasto cem reais numa garrafa de vinho mas passei da fase de comprar vinho pérgola pra tomar em casa.

Porque eu percebo a maior qualidade daquele vinho chileno de vinte reais sobre o vinho ruim da Aurora. Assim como percebi que café comum me dá azia, e café arábica me deixa ileso. E essa percepção éo inferno pois tu começa a gastar dinheiro nesss coisas… E se o cara de repente não vê essa vantagem, porque comprar o mais caro? status? bobagem.

Certamente a grana dele não vem da muquiranagem, mas é engraçado ver como a nossa visão de “supérfluo” muda com o tempo e com as experiências…

Bom dia! Vai um café ai?