Aprendizado

Bom dia!

Ontem estava no shopping, lotado. Môça estava comprando presente para o pai dela e para mim, claro. Comprou perfume, eu tinha pedido expressamente um teclado novo. Faz parte, eu não ligo muito para esse negócio de presentes e digo exatamente o que quero, mas nunca funciona… então ficam elas por elas…

Meu Menino me dá um sumiço de uns cinco minutos logo na hora de ir embora. Some, e nestes cinco minutos fico tão estressado que nem brigo com ele quando reaparece, dou um tapa num lado dele e pronto. Ele é muito distraído, e eu SEMPRE fico o vigiando, mas dessa vez resolvi só falar “vai por aqui, chega ali”. Coisa de vinte metros fora do meu campo de visão. E me estressei com ele simplesmente ter ficado perdido assim, em um raio de 15 metros.

Passei o resto da noite puto, nem jantei de tão estressado que fiquei. E nem me estressei com ele e seu comportamento de bebezão – vai fazer oito anos, né? é criança e criança é aleatória – mas sim com a minha responsabilidade sobre essas coisas. Afinal de contas sou o pai… E a cabeça ferve com a lembrança de como qualquer falha, qualquer excesso de confiança, qualquer distração pode criar problemas enormes.

E eu tenho medo. Antes de descobrir que seria pai, nao tinha esse medo todo. Era tranquilo, normal. Vida comum em um lugar comum. Depois de ter caído a ficha do negócio, nunca mais tive essa paz sossegada de quem nao tem problema, não deve dinheiro. E não estou reclamando, não é este o tom. Mas é uma percepção que, em momentos bobos como o que comentei, de uma criança dando sumiço na gente no meio de uma loja, a realidade, os riscos da realidade acabam caindo pesados sobre a gente.

Porque ser pai, para mim, é maravilhoso. Eu só lamento não ter sido antes, mas Deus escolhe essas coisas e não seria eu a questionar isso. E eu gosto mesmo, essa minha nova vida me melhorou muito. Me fez virar uma pessoa profundamente melhor, mais focada, organizada, feliz mesmo. Mas nessas horas em que estes medos nos assombram mesmo de leve, é complicado. Morte, perda, violência… isso nos oprime intensamente.

Claro, tem o pai que não se importa. Mas eu penso que a raiz de tudo é o medo. Gente que se recusa a viver o papel de pai por medo das consequências de ser eternamente fiel a alguém que depende essencialmente de você. O cara tem medo e acaba virando o “pai negilgente”, o “pai ausente”, quando não pega e simplesmente some, vai ali comprar cigarro. É o “fardo”, aquela carga imensa que a pessoa decide se vai carregar, ou não.

Hoje eu só quero desejar a todos os pais um dia excelente. Creio que a coisa mais complicada nesse negócio de ser pai é ao mesmo tempo manter a lucidez para não viver uma vida de medos e ter as cautelas para evitar qualquer uma das infinitas mazelas que nos cercam todos os dias. Um dia, eu acho, vou chegar lá. Estou tentando, mas olha… como é difícil. Aprendo todos os dias, mas todo dia vem matéria nova neesse curso…!

Feliz Dia dos Pais!