Carros Usados – Agora é a sua vez!

Bom dia!

Bananense ama carros. Mas é aquele amor bandido, em que o cara bate a beça, faz sofrer muito, deixa descabelar e cair os dentes. Mas ama sim.Não sabe viver sem, e é por isso que carro no Brasil é patrimônio e não perde valor com o tempo, é um bem imperecível. Todo mundo sabe que carro aqui é imperecível, né?

Então a gente sabe que tem de dar umas esticadas, futucar um pouco. Domingão, vocês a toa em casa… de graça, vou dar umas dez ideias sobre as lambanças que vocês vão encontrar nos seus carros, nas suas carroças financiadas. Eu pessoalmente não ligo muito, não sou de ficar lambendo carro. Não tive essa afetação e até hoje não tenho paciência. Negócio é manter funcionando. E nisso a gente tem de aprender vários esquemas, e se acostumar a não ficar eternamente dependendo da seguradora, ou do tião que mexe com elétrica.

• Carro está falhando, fraco, está com uns ruidos esquisitos, querendo morrer? Simples: gasolina vagabunda daquele posto sem marca, sem bandeira, sem qualidade e que vende um líquido com aparência e cheiro de thinner trinta centavos mais em conta do que a média. Vai ter de ou gastar até zerar, e por uma gasolina decente depois, ou vai ter de levar em uma oficina pra esvaziar o tanque. Beleza, né?
• Se você não é estúpido de achar que um posto qualquer consegue vender algo tabelado pelo Estado abaixo do preço médio sem estar te roubando na “balança”, e mesmo assim o problema persistir, então é mais tenso. Velas se trocam, gente. Peças baratas e que sempre serão vendidas erradamente pelos caras nas autopeças. Os caras tem uma mania inacreditável de sempre confundir o modelo de seu carro com o Palio 2005 flex. Porque querem segurar a venda e te vendem errado pra você voltar na loja ou segurar o prejuizo com uma peça absurdamente comum de se identificar. Leia o manuial, lá tem a especificação. Em geral falhas quando nao tem relação com combustível, são originadas das velas gastas ou sujas. Troque a cada 40 mil km, a menos que o manual expressamente informe a desnecessidade.
• E Vela eu troco em casa, assim como bobinas. A maioria dos carros atuais não tem mais cabos de vela, então o serviço é bem mais simples. Não é fácil, porém, identificar falhas em bobinas, nem todo mundo tem um centelhador ou um esqueminha pra identificar campo eletromagnético. Quando o carro tem cabos de vela, em geral é simples, só ir chupetando vela a vela até ver a que centelha menos, e ali tu vê se é a vela (tem centelha, então bobina e cabo OK) ou a bobina/cabo (sem centelha, não ok).
• Passando disso daí, que representa metade dos BOs de carro na rua, a gente vai pro óbvio. Carro mesmo assim depois de tu ver metade das paradas, tomar uns choques mortais e queimar a mão dezenas de vezes continua falhando, molenga… aí encrencou. Porque? Se seu carro não é uma Kombi 1993, então ele tem uma injeção eletrônica que tem vários sensores que ensinam o módulo de injeção a pensar em como fazer o carro rodar melhor e mais decentemente – com a nossa gasolina jamais rodará  “bem”. A maioria dos sensores não dá defeito perceptível, e tu nunca saberá que existe um KS, sensor de rotação, ou válvula de purga até algo catastrófico acontecer. Na rotina da vida real apenas dois sensores te deixarão pucto de verdade na vida.
• O sensor MAF e o termostato. O MAF é o sensor que ensina a Injeção quanto ar está entrando no motor. E ele calcula de um jeito bem besta. Volume de ar, modulado pela temperatura ambiente. Então ele calcula que em X volume de ar existe uma razão de 1/3 de O², e é esse valor que a ECU vai usar pra calcular, e como uma conta de matemática decente, no final a conta tem de bater. Pra isso existe a sonda lambda que vai medir o CO² na saída, depois da reação quimica da queima do combustível. Mas sonda lambda raramente dá defeito, evitem que seu mecânico mexa nela a toa. É uma peça com uns cem anos de desenvolvimento, não pifa a toa.
• Então o MAF pega o ar de fora. E o ar é sujo, poluído, cheio de particulas. E o carro tem filtro de ar, claro. Mas a galera nem sempre troca filtro com aquela eficiencia, e esquece aquela merda toda suja lá. E isso acaba lentamente sujando o sensor, e deixando ele ler cada vez pior o volume de ar, passando a dar informação errada para a ECU. E assim a ECU recebe sinal de pouco ar (imagine seu carro nos Andes, a 4000m de altitude) e aumenta a vazão de combustivel pra compensar. Seu carro bebe mais, e rende pior. Até o limite em que ele falha de vez.  Limpeza pode ser bastante simples, como nos FIAT, ou uma desgraça total, como nos GM.
• A gente já viu que o carro é um computadorzinho ambulante. Então obviamente falei de arrefecimento, do radiador. Antes de explicaro, vou ao óbvio: JAMAIS PONHA ÁGUA DA TORNEIRA NO RADIADOR DO CARRO. Porque? preciso explicar? pois é. Água da torneira tem cloro, que ataca violentamente as peças em aluminio, especialmente o bloco do motor do carro e a bomba d’água. E a água de poço em geral é bem alcalina, e acaba geranbdo acumulo de residuo mineral, aquela “laminha” nos reservatórios. E isso ENTOPE o radiador e estraga duas peças sérias. O “Cebolão”, a válvula termostática, e o sensor de temperatura da água.
• Antigamente era tudo simples. O cebolão é uma válvula besta. Esquenta mais de 60 graus, ela dilata e abre e faz o fluido circular pelo motor, dá 100 graus, ela dilata mais um bocado e aciona uma chave que manda ligar a ventoinha do radiador. Esfriou? ela encolhe e desliga a chave. Bem básico, coisa dos anos 1920. E o cebolão é enormemente afetado pelo uso de água pura. Pois  a água pura ferve com 100 graus, e isso faz o cebolão atuar mais depressa ao ligar e desligar, e com a evaporação a pressão do sistema vai aumentando até que o radiador perde eficiência (esqueci a regra que cruza pressão do liquido e temperatura). Por isso temos de usar um fluido qualquer -coca-cola não, caramba – que tenha função efetiva. O fluido ferve a temperaturas mais altas, 105 a 115º. E isso mantém a carcteristica de arrefecimento do sistema.
• Carro ferveu? PARE O CARRO. Esses carirnhos atuais têm blocos em alumínio, e eles deformam muito com o sobreaquecimento. Se o carro ferveu, pare, desligue e espere esfriar. Beleza, se tu viu que o fluido foi embora, vazou pela tampa (a tampa tem uma válvula, é feita pra vazar mesmo em caso de pressão elevada, nem todo carro tem aquele vaso de expansão pra impedir isso), mete água comum pra ver se não tem vazamentos, se não quebrou a desgraça do suporte do cebolão (extremamente comum em VW e Ford) e se não houve nada sério no radiador – uma pedra ou um material na via podem ter o furado, etc…
• E você liga o carro pela manhã, e NADA. Não funciona. Basicamente há duas situações, uma aquela em que você vira a chave e nothing happened. Nem um barulhinho, nada. Aí é mole, bateria na certa. Baterias atuais têm vida útil curta, no máximo três anos. E o clima determina muito desta durabilidade. Frio e calor excessivos atrapalham. No caso, é só trocar mesmo. MAS se ao ligar a chave a o painel acende, mas o carro não esboça reação, temos um caminho pra analisar e pensar.
• SE o painel acende e APAGA quando se vira o arranque, noralmmente é a bateria arriada, com pouca carga. O arranque é a peça que mais consome energia no carro. Mandar uma recarga em uma autoelétrica ou dar um tranco irão fazer o carro pegar, lembrando que carro AT não liga com tranco, pelamor, não tentem isso de forma alguma!
• SE o carro liga painel, mas você ouve um “TEC” ao virar a chave, e nada acontece, certeza que é seu arranque que partiu pro Além. Arranque de Fiat e dos Honda novos são danados pra fazer isso, foi uma falha de produção da Bosch. Carro só sai no reboque. Eu já troquei arranque de carro estacionado na rua, não recomendo a NINGUÉM fazer isso. É odioso.
• Tem barulho do motor girando o arranque? Beleza, então a elétrica está OK, e o caso pode ser OU uma questão óbvia, como pane seca, ou mais complexa, como uma falha na bomba de combustível (você ouve o som dela pressurizando assim que liga a chave na posição 2, antes de virar o motor, se não tem aquele zumbido, desconfie, normalmente há um fusível só pra ela na caixa interna do carro) OU pode ser uma falha na ignição, como eu falei lá no começo do textão, os testes são os mesmos.

Eu parei aqui, quando tiver disposição pego mais coisas pra postar, até porque eu sempre estou dando pitaco nos problemas dos outros, assunto não falta… haha!

(aliás, ontem tive de arrancar fora o bloqueador do carro, porque ele cortou a bomba de combustivel e não queria mais religar… 😀 )

Bom dia!