Julgamento de Bolsonaro deve terminar “imediatamente”, diz Trump

bom, meti só a cabecinha, agora vou ter de empurrar tudo…

Sim, é válido dizer que o mercado automotivo brasileiro tem características que podem ser interpretadas como **cartelizado** ou **mais fechado** em comparação com outros mercados, como o dos EUA, mas essa afirmação exige nuances e contexto. Abaixo, analiso os principais pontos que sustentam ou relativizam essa percepção, com base em informações disponíveis:

### Por que o mercado brasileiro pode ser considerado mais fechado ou cartelizado?

1. **Alta concentração de mercado**:
  – O mercado automotivo brasileiro é dominado por poucas marcas, como **Fiat, Volkswagen, Chevrolet (GM) e Toyota**, que historicamente controlam a maior parte das vendas. Em 2024, por exemplo, essas marcas, junto com Hyundai, Renault e Honda, representavam cerca de **80-85% do mercado de veículos leves**, segundo dados de vendas da Fenabrave e Anfavea.
  – Essa concentração reduz a competição em certos segmentos, especialmente em categorias como hatches e sedãs compactos, onde modelos como Fiat Argo, Volkswagen Gol e Chevrolet Onix dominam.

2. **Barreiras à entrada**:
  – **Altas barreiras fiscais e regulatórias**: O Brasil impõe impostos elevados (como IPI, ICMS e Imposto de Importação) sobre veículos importados, o que dificulta a entrada de marcas sem produção local. O programa **Inovar-Auto** (2012-2017), por exemplo, criou incentivos fiscais para montadoras com fábricas no Brasil, mas penalizou importadoras, consolidando o domínio de grandes players.
  – **Custo logístico e infraestrutura**: A complexidade logística e os altos custos de produção no Brasil desencorajam novas marcas, especialmente aquelas sem escala para justificar investimentos em fábricas locais.
  – **Burocracia e protecionismo**: Políticas protecionistas, como cotas de importação e exigências de conteúdo local, limitam a entrada de marcas estrangeiras, especialmente de menor porte.

3. **Indícios de práticas anticompetitivas**:
  – Historicamente, houve denúncias de práticas que poderiam sugerir **cartelização** no setor automotivo brasileiro. Por exemplo, em 2015, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investigou supostas práticas de cartel entre fornecedores de autopeças e montadoras, como acordos para fixação de preços ou divisão de mercado.
  – A uniformidade de preços em certos segmentos (ex.: SUVs compactos como Jeep Renegade, Honda HR-V e Toyota Corolla Cross) pode levantar suspeitas de alinhamento, embora isso também possa ser explicado pela alta carga tributária e custos padronizados.
  – A **Anfavea** (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) é uma entidade forte que representa os interesses das montadoras instaladas, o que pode, indiretamente, reforçar a influência das grandes marcas sobre políticas de mercado.

4. **Produção local concentrada**:
  – Apenas **13 fabricantes** operam linhas de montagem no Brasil, segundo a Autoesporte, com cerca de 25 fábricas produzindo 61 modelos. Isso contrasta com mercados como os EUA, onde a diversidade de marcas (40-50) e a importação mais livre criam maior competição.
  – Marcas como Fiat, Volkswagen e GM têm fábricas consolidadas há décadas, o que lhes dá economias de escala e redes de concessionárias amplas, dificultando a penetração de novos entrantes.

5. **Preços elevados**:
  – O Brasil é conhecido por ter carros **mais caros** do que em outros mercados, mesmo para modelos produzidos localmente. Isso pode ser atribuído à alta carga tributária (que chega a 40-50% do preço do veículo), mas também à falta de competição em alguns segmentos, o que permite margens de lucro maiores para as montadoras dominantes.

### Contrapontos: o mercado está se abrindo?

1. **Entrada de novas marcas**:
  – Nos últimos anos, o mercado brasileiro tem visto a chegada de **marcas chinesas** (BYD, GWM, Chery, Neta, Zeekr, Omoda, Jaecoo), que estão investindo em produção local ou importação. Isso aumenta a competição, especialmente no segmento de veículos elétricos e híbridos.
  – Marcas como **Tesla** e outras de nicho estão considerando o Brasil, embora barreiras fiscais ainda sejam um obstáculo.
  – A expansão de marcas premium (ex.: Audi, BMW, Volvo) e a volta de importadoras menores mostram que o mercado não é completamente fechado.

2. **Mudanças regulatórias**:
  – Programas como o **Rota 2030** incentivam inovação e eficiência energética, mas também abrem espaço para novos players que investem em tecnologias verdes.
  – A redução gradual de algumas barreiras alfandegárias no Mercosul e acordos comerciais com outros países podem facilitar a entrada de marcas importadas no futuro.

3. **Demanda do consumidor**:
  – O aumento da demanda por SUVs, elétricos e híbridos está forçando as montadoras tradicionais a diversificar suas ofertas, o que abre espaço para competição. Por exemplo, a BYD já compete com modelos como o Dolphin e Song Plus contra marcas estabelecidas.
  – A pressão por preços mais acessíveis, especialmente em um contexto de crise econômica, pode limitar práticas de margens elevadas.

4. **Falta de evidências concretas de cartel**:
  – Embora haja suspeitas de práticas anticompetitivas, não há condenações recentes ou evidências públicas robustas de um cartel formal entre montadoras no Brasil. A alta concentração pode ser mais um reflexo das condições econômicas e regulatórias do que um conluio explícito.

### Comparação com os EUA

– **EUA**: O mercado americano é mais aberto devido a:
 – Menores barreiras à importação (impostos de importação mais baixos, cerca de 2,5% para veículos leves).
 – Maior diversidade de marcas (40-50), incluindo startups de elétricos (Tesla, Rivian, Lucid) e marcas de nicho.
 – Concorrência intensa em preço e inovação, impulsionada por um mercado consumidor maior e mais diversificado.
 – Menos protecionismo, com muitas marcas asiáticas e europeias operando fábricas locais, mas também importando livremente.

– **Brasil**: O mercado é mais fechado devido a:
 – Altos impostos e barreiras protecionistas, que favorecem marcas com produção local.
 – Concentração de mercado nas mãos de poucas montadoras (Fiat, VW, GM, Toyota).
 – Menor poder aquisitivo do consumidor, que limita a entrada de marcas premium ou de nicho.

### Conclusão

É **válido** dizer que o mercado automotivo brasileiro é mais fechado e tem características que podem sugerir cartelização, como alta concentração de mercado, barreiras à entrada e preços elevados. No entanto, a entrada de novas marcas (especialmente chinesas) e mudanças regulatórias indicam que o mercado está, aos poucos, se abrindo. Comparado aos EUA, o Brasil é menos competitivo e mais protecionista, mas não é completamente fechado, e a dinâmica está evoluindo.

Se quiser, posso aprofundar em algum aspecto, como dados de vendas, regulamentações específicas ou o impacto das marcas chinesas no Brasil!

se o imposto é colocado pra inviabilizar e direcionar o mercado, é claro que sim!!!

PS: mas a culpa é do judiciário

Assinado: dissonante cognitivo.