O Progresso dos Russos

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LSnake

Cheguei a uma conclusão interessante, o comunismo só é bom em fazer armas e fomentar guerras, essa é a única coisa que os faz crescer, observe que em 100 anos de comunismo, qual invento saiu da URSS que trouxe progresso a humanidade? Nenhum, a única coisa que superavam ou igualava a países capitalistas eram no setor armamentista.

A questão que se deixarem de fabricar armas e passarem a fabricar bugigangas para consumo interno voltam a ser capitalistas, mesmo a China hoje produz “armas e munições” em forma de bugigangas que o único grande objetivos delas é guerra comercial com o Capitalismo.

Todo pais comunista ( Incluo a Russia do Putin como) tem um imenso orçamento militar, pois precisam de forte sistema repressivo, mas o problema que é um gasto alto se não houver repressão, ou seja se a população já estiver dominada, é como vc gastar 30% do seu salario com uma arma e balas para nunca usar, em algum momento vc vai pensar em vender, então o próprio gasto militar e repressivo os obriga a expandir ou ter de voltar as bases capitalistas e atender a necessidade interna de bugigangas o que os obriga a aceitar a concorrência, enfim a logica é que eles só funcionam enquanto houver como manter a população ocupada com algum inimigo.

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Bom dia!

O Amigo Snake não descobriu nenhuma novidade sobe o tema. Mas na verdade o negócio não é bem assim. Temos um hábito meio reflexivo de julgar as pessoas en bloc por suas ideias, sem se atentar para a realidade de que não, não existe a tal da “massa”, esse conceito de padeiro intelectual que os socialistas tanto amam usar como método de descrição da sociedade. Não existe essa homogeneidade, como nos gráficos dos livros de geografia.

A URSS sustentou quase 1/4 do planeta por décadas. Os russos passavam MUITA FOME desde tempos imemoriais, e era uma draga aquele negócio de servidão. Pensemos que por lá a moçada só ficou livre da servidão em 1861. Aqui já tinhamos metade dos escravos libertos, na mesma época. Temos de colocar as coisas bem no esquadro. O Império russo era mais ou menos evoluído como o Brazil daquela época, mesmo tendo uns 500 anos a mais.

Quando os comunistas dos infernos fazem a Revolução lá, ela não acontece porque o pessoal tinha má índole ou era desinteressado das delícias democráticas. O Império estava extenuado pela longa guerra na Europa, e as revoltas internas pipocavam e eram reprimidas com força – quem já ouviu falar no Encouraçado Potemkin? isso, igual aqui no BRBRBR, a Armada volta e meia se insurgia contra o governo…

Aí, damos uma olhada diagonal na coisa: A Rússia e a Txaina tinham, no começo dos seus périplos comunistas três características em comum: uma população enorme e faminta, fronteiras vastas e em conflito e governos fracos, cambaelantes e defasados economicamente e tecnologicamente. Temos de anotar isso! A China no começo dos anos 1950 não usava rudimentos de agricultura na maior parte de suas plantações. Tipo, mal entrando na Idade do Ferro. Os russos preferiam por mulheres a cavalos para tração animal nos campos, no fim do XIX. Pois os cavalos eram mais caros.

O fato é: até os 1950 parte considerável da infraestrutura em indústria pesada era fortemente voltada à indústria armamentista. Nos EUA, Europa, Japéin, China, Rússia era assim mesmo. O recorte do pós-guerra cria essa sensação de que os caras comunistas só evoluíram militarmente, e deixaram o resto para trás. Esta sensação está correta mas não é natural. Pois as duas guerras criaram uma infraestrutura de produção militar poderosíssima e sua desmobilização impactou a economia mundial em uma escala absurda.

Pois o custo de fabricação de qualquer coisa caiu abruptamente. Tecnologias novas, recursos inéditos, métodos de produção, expertise, a inovação em si tratou de absorver o “hardware” da indústria militar no Ocidente. A Ford, que fazia 25 bombardeiros B-17 por dia, passou a fabricar novamente carros – mais baratos, mais modernos, mais eficientes. Uma GE, fabricando motores Wright para os bombardeiros da USAAF, entregava geladeiras, máquuinas de lavar, televisões. A Siemens, antes calcinando judeus a serviço do Reich, se punha a fabricar prensas, motores, lâmpadas. A beleza dos plásticos da BASF, quem nunca teve um Tupperware em casa?

O Ocidente lentamente conseguiu comutar parte de seu esforço de guerra em infraestrutura para produção de bens de consumo. Esta mudança permitiu que empregados especializados mantivessem suas expertises, as indústrias abrissem novos mercados e o padrão de vida da população crescesse de forma vertiginosa, aproveitando a enorme riqueza resultante dos acordos do pós-guerra. Os europeus pagaram o Plano Marshall a uma velocidade brutal, igualmente traçando planos de conversão industrial acelerada. A Alemanha Ocidental em 1970 não devia NADA aos EUA, por exemplo.

E os países comunistas? já deu pra perceber o problema. Enquanto a riqueza e a tecnologia entre o ocidente e os países comunistas – URSS e seus etceteras da Cortina de Ferro – estava equilibrada, a coisa parecia ser parelha. OS EUA fabricavam aviões a jato, os sovíéticos também. Os americanos tinham TVs e Rádios? os soviéticos tambem. Carros? mesma coisa. Navios? Energia nuclear? potinhos plásticos? comida? tudo na mesma régua. Principalmente no longo período de “distensão” dos anos 1950 e 1960, parecia mesmo que havia uma paridade entre o Ocidente e os comunistas.

Claro que nunca houve isso, mas a propaganda funcionava bem. Até no futebol os desgraçados dos russos prestavam. Os turistas visitavam o Báltico e a Geórgia, balé bolshoi era mato na França, tinha voo da Aeroflot pra Londres diariamente. Os russos metiam satélites no espaço deixando o mundo horrorozado com tanto avanço. Gagarin era um fazendeiro, virou cosmonauta. Deram nome de cosmos pra um bairro na Guanabara, em homenagem a seu feito. Impressionava mesmo.

Mas com os anos 1970 a coisa degringolou bem. O acordo de Bretton-Woods foi o divisor de águas neste processo universal. Enquanto o padrão-ouro era vigente os países comunistas se valiam dos seus acordos comerciais caracu com suas províncias e “chegados”, exportando bens e commodities e recebendo moeda conversível em ouro. Com a pernada dos EUA a URSS perdeu acesso a este tipo de recurso conversível. SIM, a URSS dependia de moeda forte para pagar o que não dava pra comprar com trigo e petróleo.

Sem ter como converter os pagamentos de suas exportações em moeda forte, e sem poder usar o dollar como moeda fiat, a “economia” soviética começou a desandar intensamente. A crise do petróleo curiosamente foi uma salvação temporária mas tanto a URSS como a China penaram intensamente nos anos 1970, exatamente devido à crise interna causada pela perda súbita de divisas externas. Note que a China explode de vez com a morte de Mao – que esteja assando no Inferno – e parte para as Transformações dos anos 1980.

E a URSS com o imbecil do Brejnev, vai se arrastando até entrar nos anos 1980 já em crise -exatamente por cada vez mais drenar recursos destinados aos investimentos “sociais” para a manutenção de sua infraesrutura militar. Os soviéticos tinham ótimos tanques e aviões, mas era cada vez mai dificil achar ovos e carne. O final da história, a gente conhece bem.

Bom dia!