Rodésia

Rodésia!

Ontem vi um video esclarecedor sobre a Rodésia…

Melhor país da Africa, economia pujante e o CEASA da áfrica…

Foram largados as cobras pelos países ocidentais. Comunistas tomaram.

Virou zimbábue.

45 anos após o fim da Rodésia continua uma bosta.

Quem ficou lá lutando e esperando mudar….. perdeu a vida na desgraça.

Quem se mudou quem sabe melhorou de vida.

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Bom dia.

Aqui no nosso pequeno e obscuro espaço de discussões por muitas e muitas vezes esbarramos com este tipo de debate. OK, vivemos na BNN, e a BNN é um país fantástico, rico, entupido de riquezas naturais em um volume absurdo, temos muita população e somos praticamente imunes aos radicalismos da Natureza. Vivemos num lugar excepcional.

Mas vivemos em um lugar excepcional gerido por excepcionais cretinos e pilantras. Disso, não temos a menor dúvida.

É discurso corrente desde antes das eleições, e nisto eu creio bastante, que nós suportaremos o PT até ele ser tragado pelas paixões de seus concorrentes e adversários – que por sinal na sua maioria também são nossos adversários. E que o país é tão rico que simplesmente não há como o PT o danificar ao ponto da paralisia completa, da desolação.

Neste ponto eu quero apenas ser esclarecedor. SE, por um aspecto, realmente é isso mesmo, a BNN realmente é um país que tolera barbeiragens absurdas em sua gestão, e tem um povo igualmente permissivo e resiliente, de outra ponta temos de avaliar alguns fenômenos recentes que estão apontando a nossa evolução para um tipo de darwinismo perigoso.

Temos uma população cada vez menos culta e mais escolarizada, que passa mais e mais horas estudando com desempenho progressivamente pior. Temos empresas com cada vez menos funcionários gerando riqueza enquanto temos elevados índices de emprego às custas do trabalho de baixa ou nenhuma qualificação. E temos um Estado que insiste em teorias do século XIX para entender o trato econômico e social do país.

A “estrutura” nacional é resistente. Vejam que hoje já temos plantadores de arroz fazendo nova safra no sul, meses depois de 1/3 do Estado ter sido devastado por uma enchente que exigiria estudos bastante sérios para entender a mão do Homem no processo – não é mudança climática, claro – e depois de ter recebido um “te vira” do Gobierno. Temos SP gerando riqueza extensivamente mesmo com metade daquelas almas ser sem nenhuma luz, parvos desgraçados que insiste em escolher a esquerda.

Vemos que nossa política medíocre prejudica enormemente mas ainda não está deteriorando o cerne do tecido social. E isso é arriscado. Quando você escolhe criminosos para ser líderes políticos e concede sursis avanço a todo cara que roubou mais de um milhão do Erário, cria um péssimo precedente. Vivemos em um “Estado de Custódia”, onde a Prisão Esportiva tirou do criminoso vulgar o medo do crime. No entanto a maioria da população ainda não se entregou à barbárie.

Veja que, apesar de haver milhões de favelados, a maioria esmagadora deles não quer ser favelado. Vejam as favelas do Hell nos anúncios de venda de imóveis da internet. Hoje temos apartamentos bem construídos, com itens de luxo dignos de um MRV Premium. Bairros com infra ótima. População consolidada e que adoraria viver sem o tráfico. Mas também tem a favela onde os caras incendeiam barricadas e fazem valas de contenção no meio da rua, e ninguém entra sem ser abordado por moleques de fuzil.

Existe uma linha que separa a civilização dessa barbárie social. Não a barbárie absoluta, o holocausto canibal a la Somália. Mas há um limite, e esse limite é aquele mesmo que separa o pai de família ordeiro, conservador e respeitador das leis do cara que está enchendo a mala do corsinha com dez fardinhos de Brahma do caminhão que virou na Avenida Brasil enquanto a galera rouba o relógio do defunto do motorista.

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É aí que entra a Rodésia que o amigo Esparta citou outro dia. Basicamente é isso: a população de um local diante de uma inflexão absoluta, de uma situaçao radical, toma decisões de manada, temendo o risco de perder chances de sobrevivência em um momento de crise. Você espera pra ver ou vai embora assim que pode?

A Rodésia era um país africano, uma “meio-colônia” inglesa. Tomada a bala na virada do século XIX. Era uma colônia pobre e que enriqueceu intensamente ao estar fora do alcance da Guerra, servindo de “celeiro” de alimentos para a Coroa, que lutava desesperadamente na Europa contra o Hans. Meio como a Argentina, inclusive há inúmeros paralelismos entre os hermanos e os rodésios. Até o fim da Guerra.

Com o fim da guerra o mundo vai mudar imensamente e na África nasce o Nasserismo, o “nacionalismo africano” e com ele veio o processo selvagem de descolonização. A Inglaterra, que foi salva por suas colônias, retribuiu as liberando através de processos violentos e complicados – na prática a briga foi péssima para todos. Mas a Rodésia era especial pois não era exatamente uma colônia, ela tinha autonomia e com isso não sofreria tanta interferência da Coroa.

Frisando que a Rodésia era um Estado de minoria branca, britânica e que segregava negros SIM, claro. Anotem isso se forem pesquisar o tema. É interessante ver o que os negros podiam fazer e que tipo de acesso eles tinham à educação e saúde, por exemplo.

Mas na Europa o discurso de libertação e autonomia fez a Coroa pressionar os rodésios por eleições amplas e havia o comunismo, em movimentos de autonomia negra que começavam a brigar internamente. E os britânicos tentando resolver no amor, levaram a uma confusão enorme. A Rodesia racha em novos estados, liderados por grupos negros autonomistas, e com algum grau de boa vontade da ONU e da Coroa: Malawi e Zâmbia.

Malawi e Zâmbia correspondem às áreas onde há minas de cobre e diamantes, então nem preciso explicar o interesse crescente dos EUA em auxiliar no processo. O terceiro pedaço vai se autodeclarar Estado Nacional em 1965 e surge a Rodésia definitiva. Só que a essa altura a URSS já estava mandando grana e armas para os movimentos zulus, negros e marxistas, e a guerra vai começar logo nessa época, durando uma década.

Os rodésios também tinham direito à autodeterminação. E não, não era apartheid ali. Mas a guerra veio e os rodésios foram literalmente abandonados pela Coroa, que não admitiu a independência unilateral daquele país, e os deixou sem recursos (lembrando, commonwealth, exportações eram em libras e a Coroa impedia os pagamentos ao país, etc…). Foi uma guerra longa e complexa, onde várias nações africanas e grupos guerrilheiros lutaram para derrubar aquele pessoal lá.

Em 1978 o governo rodésio e os zulus – que tinham apoio na época de angolanos, cubanos, ugandeses, mais meia dúzia de passa fomes marxistas equivalentes – encerra a guerra (gradualmente, nada é simples) e estabelece eleições para 1980. O Lider da maioria dos grupos negros (são várias etnias ali, uma salada onde os zulus eram maioria e depois viraram minoria perseguida), Mugabe – ele mesmo – vence as eleições, assume o poder, transforma a Rodésia no Zimbabwe. E o resto da História, todos conhecemos muito bem.

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Não, não creio que seja este o nosso destino, mas acredito mesmo que a BNN tenha uma enorme capacidade para criar caos em níveis variados de destruição social. The Favela Is Future.

Bom dia!