Um futuro irrefutável

Bom dia!

Vamos ser pragmáticos: Ninguém vai se aposentar por aqui, todo mundo vai acabar enfiado em algum tipo de renda mínima universal e absoluta a la food stamps americanos, o valor do trabalho vai se tornar algo absolutamente relativo e muita, mas MUITA GENTE MESMO sequer saberá exatamente o sentido de “trabalho”, enquanto teremos lugares onde todo mundo vai viver com um padrão de vida ou subafricano ou finlandês.

Me refutem se quiser: creio que não conseguirão e eu SEI DISSO.

Mas porque diabos eu falo isso? Simples. Prstem bastante atenção ao seu mundo. Quem mora aqui, ou fora do país, já entendeu em algum momento que as coisas estão mudando, que os poderes e as camadas de força social e politica andaram em uma direção prevista e irresistível em direção a esse imperialismo tecnológico que a gente chama toda a hora de “globalismo”, e eu, sinceramente, não vejo nenhum modo de isso mudar independente de como sejam feitas as nossas escolhas de vida.

Mas eu novamente repito: não sou pessimista, sou apenas o barnabé que tenta achar informação e ideias no meio da confusão. Não falo que isso é o fim, ou que nao adianta resistir. Se vocês curtem Sci-fi, pensemos que eles estavam apenas sendo mais assertivos quanto à relações sociais do que em questão de pew-pew e naves interestelares do que aqueles manuais de sociologia odiosos da marilena chauí. O futuro é de absurda individualidade e ao mesmo tempo, de todo mundo amarrado em superestruturas enormes e incontroláveis.

Volto ao ponto inicial: Nós já temos em mente que o mundo dos nossos pais e amigos já mudou. O cara vai trabalhar até morrer, se não fizer algo que o afaste da confusão e o esconda dos problemas que a sociedade concentrada causa. SIM, trabalhar muito, botar alguma grana em tijolo no meio do mato, ou em papeis que os caras que mandam gostem, ou socar em cada inovação tecnológica que evite o gasto de dinheiro em boteco e cerveja, se arrumar com os parentes pra fazer “caravana de forte apache” na vida, cair em algum negócio que seja específico e radicalmente complexo para o bananense médio… Há esquemas.

Penso que em uma geração já teremos gente abertamente sem trabalho e emprego e sem nenhum tipo de formação… 15-20 anos e essa galera que está no berço será um pessoal sem função alguma. Menos mal a natalidade estar uma bosta, mas em verdade é apavorante por sabermos que a estrutura do Estado em parte é bancada por esses caras, e se eles não trabalham, alguém terá de pagar a conta por eles. Então nossa geração, que ainda trabalha, será fortemente pressionada. Pois é aquela piada: A geração de nossos pais fez maravilhas no mundo, a geração dos nossos filhos? nem uma panela de feijão conseguirão fazer sem matar alguém.

Ao mesmo tempo, eu estava vendo outro dia um assunto que é o de quanto é relativo esse lance de trabalho. Quem trabalha como freelancer sabe perfeitamente do que falo, quando digo que o “trabalho” deixou de existir tem tempos. Novos empregos, novas formas de rentismo e de criação de riqueza deixaram a parte da galera que trabalha mudada em relação a essas coisas. Como e onde criar dinheiro, onde guardar dinheiro e contra quem guardar esse dinheiro são os novos problemas.

Um motorista ou um marceneiro, ou um sitiante tem várias formas de vender seu trabalho desviando do Estado e de suas “benesses”. Uma prostituta, ou um uber ou a moça do bolo de pote podem gerar sua riqueza vendendo seus produtos (sic) diretamente ao consumidor, quase à moda antiga, com a ajuda enorme da tecnologia. O futuro pode ser tão arcaico quanto o passado recente. Escambo, feirinha, brechó, caixeiros e muambeiros certamente terão espaço no futuro. Me julguem.

Muita gente vai se manter no trabalho regular pois ele é preciso em inúmeras atividades. Ou alguém acha de verdade que o Agro ou a indústria de petróleo vai ser 100% mecanizada em dez anos? CUSTO ainda mantém o homem mais vantajoso do que a máquina. Os bolsões de riqueza estão se consolidando agora, pensemos que agora estamos começando a acumular realmente a riqueza de décadas de melhorias e investimentos em vários campos.

Haverá muito lugar intocável e valorizado. Nos centros? esquece, a favelização é um sonho de milhões, é irreversível. Bananense entende a Favela como espaço protegido, apartado do risco e custo enormes de lidar com o Estado, e ao mesmo tempo próximo de todas as vantagens de se viver em uma sociedade, exceto pelos traficantes e os homicídios – saneamento básico, já me disseram outro dia que não é relevante para se entender o progresso de uma sociedade aka Índia.

Estamos em um caminho meio sem volta e sinceramente não vejo como ser pessimista ou otimista. Acho que não faz diferença, pois é como você perceber que o navio está afundando no meio do oceano: Nada do que você faça impedirá o navio de afundar pois só você sozinho não evitaria isso. E você terá SIM de pensar no que fazer enquanto o barco afunda, e no que acontece depois de ele afundar. A gente tem de pensar em como dar um jeito em nossa vida, e cuidar dela mais tarde.

Bom dia!