Ah, as Guianas…

Bom dia!!!

Me chamaram pela semana pra perguntar da nossa nova moda geográfica, a tal das guianas, lá no Norte. Estamos vendo nos últimos meses uma aporrinhação ecológica sobre a Petrobrás poder ou não procurar petróleo no pressal, ops, litoral do Amapá. Pessoalmente entendo a crítica dos ambientalistas locais, realmente é meio constrangedor o Sarney ver seus antepassados próximos sendo chupados do subsolo pra encher navio. Realmente é triste.

E tem o rolo doido do pessoal que realmente está a favor de que aquele cantão lá vire o nosso novo pressal. Gobierno tá loco pra arrumar um motivo pra destruir o BNDES e a BR num corre de gastança infinita e se der, jogar a marina das selvas no meio do mato pra ela fazer ecogestão sustentável longe dos petistas. E nada melhor do que um esquema grandão pra fingir geração de renda e divisas fakemente contabilizadas… afinal de contas os empréstimos para a Venerruela e o Hermanistão não se pagarão sozinhos, né?

Mas então, qual é o caso das Guianas?

Bem, basicamente os franceses estão puxando petróleo lá no litoral da Guiana Francesa. Isso, Guiana Francesa, onde tem a base de Kourou onde os franceses lançam satélites. E Também no Suriname, ex-Guiana Holandesa. Só na Guiana, a ex-inglesa, que a coisa tá mais devagar. Ainda, claro. A descoberta de petróleo ali já está movimentando bem a coisa.

Deixa eu explicar. “guiana” é o nome que os índios antigos da região davam praquela planicie toda lá. “Terra de muita água”, o termo. Quando láaaaaa no XVIII os espanhóis dividiram aquela desordem que era a América deles, um pedaço inteiro virou “Guiana”. Com as guerras na Europa lá antes de Napoleão os holandeses que desde que saíram do Brasil estavam caçando outro lugar pra se fixar, tomaram na mão grande um pedaço enorme da Guiana, e ali foram reproduzir o plantation a moda pernambucana, aliás.

Só que Napoleão fez as guerras, Europa mudou demais, poder no continente mudou totalmente de mãos e no começo do XIX os ingleses vitoriosos resolveram passar fogo naquilo lá e eliminar um concorrente caribenho de seus produtos coloniais. Note que ali é CARIBE, já é outro ecossistema e outro tipo de ocupação. Lembram do tratado de Viena, estudaram na escola em 1972? Então. Ele dentre outros rolos acertaram esse rolo aí, e nasce UMA Guiana, a Inglesa.

OS franceses foram bicados do Norte, claro, não sem antes largarem suas lambanças por Quebéc, tal… Nessa corrida fizeram o mesmo movimento tomando um outro trecho da ocupação holandesa. Fizeram lá uma colônia de degredo, onde os (muitos, muitos mesmo) criminosos inimigos da coroa, e depois do Império e da República francesas foram jogados lá pra galés e plantar cana de açúcar. Só depois da Guerra é que a França transformou aquilo lá em um DEPARTAMENTO ULTRAMARINO, ou seja, um “estado”, parte do território francês. Guiana Francesa não é exatamente um país, frise.

O pedaço do “meio” é o que os holandeses depois de muita negociação, pagamentos de indenizações e política, conseguiram segurar. Aquele pedaço do meio ficou largado por um bom tempo, sendo apenas fazendão. Trabalho escravo e plantation deram certo até quando os ingleses começaram a estressar os países escravistas (a gente sabe o porquê disso, claro) e daí os holandeses (a tal Companhia das Índias, mesmo) começou a trazer indianos e chineses pra lá. Olha a doideira, mas que explica a diferença étnica séria entre o pessoal desse lugar para os demais.

Virou Suriname só bem tarde, na época em que todo o mundo estava se descolonizando, e os holandeses seguraram o negócio lá até o último momento, claro… veio aquela merda de golpe marxista, confusão, o Geisel quase mandou as FFAA pra lá, deu tiroteio e tudo, e até hoje o país é meio merda por causa disso. Até é um bom ponto: Somente o Suriname passou por isso – golpe marxista tocado por militares. As outras Guianas tiveram processos politicos diretamente supervisionados pelas metrópoles coloniais. A Guiana Espanhola, se tornou independente bem antes, aliás, virando parte da Venezuela.

Exatamente este é o ponto: A Venezuela, aquele país miserável e desgraçadamente explorado pela gangue de escroques cubanos, está sentada em trocentos trilhões de barris de petróleo. Naturalmente era esprado haver mais petróleo naquela bacia continental (lembram do Projeto Calha Norte? então… a gente já conhecia a riqueza ali praqueles lados…). E como todo mundo achou, a corrida pela riqueza recomeçou, até porque os venerruelanos sequer conseguem tirar para consumo interno, mesmo com auxilio direto da CNPC chinesa.

A gente ainda vai ouvir falar muito daquele lugar lá, der mole vai ter colega nosso indo lá casar com índia e correr de sucuri, anotem isso. Gobierno quer um foco de investimentos pra justificar uma nova rodada de fraudes e corrupção desenfreada, e a BR é craque especialista nesse negócio de roubalheira ambientalmente sustentável. Aguardem e confiem! A “nossa” Guiana, o Amapá, tá lá, Sarney de braços abertos esperando vocês!

Bom dia!