O homem que não fez falta – Guardian

Bom dia!

O texto do Guardian é uma bosta mas serve pra ilustrar a situação que não é tão rara assim, mas é especialmente bizarra em se tratando da Noruega, a meca absoluta do bem-estar social europeu. Os sistemas de proteção social estão degrandando fortemente na última década, mas a população envelhecida continua pagando caríssimo por toda a infraestrutura de cuidados e saúde. Mas a coisa está desandando, e a culpa não é da tecnologia. Aqui na BNN somos rudimentares, e temos sistemas de controle e prova de vida consistentes no INSS. Lá, o pessoal relaxou mesmo… Depois vocês não entendem porque o velhinho tem de ir sofrer na agência do INSS…

Não pus o texto original por este ser enorme, mas vale a leitura.

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Um homem permaneceu morto em seu apartamento em Oslo por nove anos antes de ser descoberto por um zelador em dezembro, disse a polícia norueguesa. O homem, que estava na casa dos 60 anos, havia se casado mais de uma vez e também tinha filhos, segundo a emissora estadual NRK (abram o link e traduzam, o texto original é grande e muito bem elaborado, uma história, mesmo…).

Mas, de acordo com os vizinhos, ele vivia sozinho e quando não o viram, pensaram que ele havia se mudado ou sido levado para uma instituição (abrigo). Ele só foi encontrado quando o zelador solicitou que a polícia abrisse o apartamento para que ele pudesse fazer serviços de manutenção.

A polícia acredita que o homem morreu em abril de 2011, com base em uma caixa de leite e uma carta que foram encontradas em seu apartamento. Uma autópsia mostrou que ele morreu de causas naturais. Sua pensão foi suspensa em 2018 quando a Administração do Trabalho e Bem-Estar da Noruega (NAV) não conseguiu entrar em contato com ele, mas suas contas continuaram a ser pagas automaticamente em sua conta bancária.

A inspetora de polícia de Oslo, Grete Lien Metlid, disse à NRK que ela e seus colegas haviam pensado muito sobre como alguém poderia ter ficado morto por tanto tempo sem (que ninguém) sentisse [sua] falta. “Este é um caso especial e nos fez questionar como isso poderia acontecer”, disse ela à NRK. “Com base na foto que temos, ele era obviamente uma pessoa que escolheu ter pouco contato com os outros.”

Arne Krokan, professor da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, disse que o homem provavelmente não teria ficado morto sem ser descoberto por nove anos se tivesse morrido há 30 anos. O fracasso dos novos sistemas tecnológicos em levantar “bandeiras vermelhas” (Alertas) quando alguém não fazia contato físico foi “o preço que pagamos pelos serviços digitais”, disse ele.

https://www.theguardian.com/world/2021/apr/09/mans-body-was-found-after-lying-in-norway-flat-for-nine-years-say-police