Supertrunfo da Inflação

Bora.

Bom dia!

Negada falando a rodo de inflação esta semana. Povo é assim, age por instinto e reflexo. CLARO que estamos vendo ao vivo um ciclo inflacionário, vindo de duas pontas: Um lado, é a inflação gerad pelo pesado endividamento do Estado no processo da Peste Chinesa e a lentidão deliberada em socar SELIC pra dar uma segurada no esquema, e de outro a inflação que os EUA e a Txáina estão dispersando no mundo todo via impressão de papel pintado, commodities e encarecimento de bens de consumo.

Mas não tem drama, já passamos por muita inflação. MUITA MESMO. MESMO. De VERDADE.

Se liguem no gráfico. SIM, o gráfico é totalmente distorcido pois simplesmente não dá pra gradar uma variação de 2300% com outra de 24%. Vejamos que já fomos escorchados com uma inflação efetiva de 2000% em 1989. E vejam como Collor, o Destruidor piadista do tuíter, conseguiu a proeza de PIORAR AS COISAS. E pensemos que tudo isso era com o país crescendo e produzindo, pessoas enriquecendo e formando patrimônio, acumulando bens. Tempos surreais.

Notem que MESMO com todo o caos inflacionário e a absurda irrealidade de qualquer planejamento, a gente crescia. Este é o pavão dos babacas a la Bresser, Maílson: “Olha, a inflação não atrapalha o creescimento”! Pilantragem. Pois a inflação impede a acumulação de renda pelo pobre, estimula largamente a especulação (não é crime, vamos logo frisar isso) e desloca grana da produção para o mercado financeiro em um volume anormal, já que no final das contas o risco do investimento em inifraestrutura se multiplica em cenários inflacionários – DAÍ A MAMATA DO BNDES, né? O amigo do Rei tem, o conhecido, nem vem.

Obviamente temos sempre de frisar: não há otimismo na inflação. Em qualquer situação ela é um fenomemo perigoso, e maléfico, essencialmente para os mais pobres. Todo mundo notou o boom estratosférico na construção civil. É meramente o povo mais pobre tentando patrimoniar a renda adicional dos “600 reais” já sentindo o risco da inflação. Essa história de inflação de alimentos é conhecida mas o problema mesmo é que neste caso a inflação é generalizada e dispersa. Tudo encareceu. E vai piorar.

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Sobre Weimar, eu li o pessoal comentando noutro tópico.

Vamos lá: O lance é que a derrota em 1918 deixou a Alemanha numa situação péssima. Em Versalhes a negociação era a pior possível. Emprestou muito dinheiro ao Império Russo, que naquele momento não iria pagar mais merda nenhuma, pois eles estavam se matando na Guerra Civil pré-URSS. Emprestou muito aos Otomanos, que sendo devidamente saqueados pelos ingleses, botaram na conta do Abreu enquanto matavam armênios na base de paulada. E o IAH, então, nem se fala, esse já era com força, com os austríacos e poloneses dizendo que não era com eles.

A Alemanha estava exaurida, e sofreu uma punição econômica severa, terminal. OS franceses coordenaram as tratativas e literalmente devastaram o que sobrou de economia alemã. Confiscaram reservas de ouro, máquinas e equipamentos fabris, estoques de bens e assumiram o controle, junto dos ingleses, do Ruhr, do carvão alemão. E ainda por cima exigiram pagamentos anuais de indenizações aos vencedores, em libras. Ora, isso em 1920 ia dar merda, e com força.

Alemanha de Weimar só se sustentou enquanto haviam reservas de ouro e capacidade fabril remanescente. Com a Wehrmacht desmanchada, haviam milhares de militares vadios, passando fome terrível nas cidades. Muita gente se enfiou nas florestas e virou nômade, caçador. Jovens fugiam para as montanhas por medo de acabar em outra guerra. E a perda populacional era visível. E sem produção industrial e sem uma população capaz de produzir riqueza e financiar esta produção, o país foi rapidamente degradando, com o seu banco central simpelsmente imprimindo papel pintado sem lastro algum.

É bizarro como após 1923, com o fim das reservas, a inflação lá explode de forma incontrolável. É exatamente o caso venerruelano, quando o Estado perde a capacidade de lastrear a moeda e de se endividar para criar reservas. Sem crédito e sem lastro em metal ou commodities, a coisa degrada imensamente. Reparem que quando a inflação chega a 100% ao ano, explodem as revoltas comunistas no país, e começa a sublevação dos nacionalistas. Hitler é preso após o “putsch”, a rebelião de Munique, no final de 1923.

Reparem que no gráfico o ano de 1923 tem um degrau, para permitir a melhor visualização do problema. Entre 1923 e 1924 o país simpelsmente desmanchou por completo entrando em caos. A Alemanha só não degenerou mais pelo apoio reticente da Inglaterra e EUA, com empréstimos e com permissões para o retorno de atividades secundárias, atividade fabril de metalurgia e siderurgia, e a reorganização da Wehrmacht como força de segurança interna, a fim de reocupar a massa perigosa de militares remanescentes. Estas e outras medidas, encaradas com muita contrariedade pelos franceses, seguraram o país, mas a insatisfação popular com a humlhação contínua descambou naquilo que a gente conhece bem pra caramba…

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Me alonguei muito, mas é isso! Bom dia, e se der merda, por favor, não estoquem papel higiênico!