A corda que tecemos

Bom dia.

É verdade. Os “burgueses”, o pessoal “limpo e cheiroso”, irá tecer a corda com o qual serão enforcados. Lênin, aquele cuja carcaça serve de objeto de culto de milhares destes “burgueses safados”, vaticinou isso daí, e com razão. Nenhuma ditadura, nenhuma ruptura na sociedade começam sem receber apoio de seus “melhores”.

Parte da população aplaude a máscara na cara ordenada por sei lá quem, baseado em arremedos de discurso “científico” mais apegado à crendices e uma vontade obstinada de submeter o populacho a um controle pesado, higiênico. Aplaudem e usam este tipo de bizarria como argumento para criticar seu adversário político, seu colega em desavença, o cara chato da família que vem debater algo sobre a merda de sua vida pessoal. É a carta +10 do game da vida pilantra.

Este pessoal é o mesmo que hoje se sente levemente regojizado com a depredação do supermercado em que seguranças mataram um indivíduo. Não vou explanar mas preciso frisar que é essencial olhar para o perfil do cara morto, sem dizer que claro, isso seja um salvo conduto para qualquer merda que se faça. Mas, a depredação coreografada do mercado deixou uma galera satisfeita. Linchem empresas, não linchem pessoas. Quase justo, né?

Essa nova tentativa de arrumar um caos social certamente não vai rolar, até pela natureza patrimonial do bananense médio. Bananense prefere agredir pessoas a coisas. E isso é o padrão, a normalidade. Povão gosta de achar o estuprador e o linchar e arrastar pelo bairro, não vai tacar pedra na delegacia sem que expressamente haja relação entre o local e o crime. Não precisa nem concordar, basta uma análise superficial. O povo que pisoteia cadáver para pegar frango congelado é esse mesmo daí.

Então temos uma dissensão: de uma parte são os limpinhos, gente social, descolada e crítica da sociedade contemporânea, que acha linda propaganda da Vivo com slogans de BLM, homenagem aos negros “socialmente responsáveis”, etc. De outro temos a Nação do Banho de Guaraná. Aquela versão piorada dos gafanhotos na natureza. Você não consegue explicar virtual signalling pro cobrador da van que vai pra Austin.

Lógico, eu não sou otimista o tempo todo, e vou sempre me manter ligado em relação a essa simbiose ruim. O sonho do socialismo é “a favela descer”, ou seja, a violência terrorista do tráfico virar algo rotineiro e universal. Punir a burguesia com a violência do povo. Lindo, claro. Só que por enquanto o pobre quer e comida e dinheiro, não revolução social. Nem tomar tiro da polícia sem benefícios reais em troca. SE uma pequena parte do pessoal ruim – minoria – da sociedade ver ganho em partir pro caos, e for beneficiado por leis draconianas e inúteis que impeçam o pessoal de bem de revidar, de cobrar…

Bem, bom dia.

(Hoje estou em Paraty, finalmente consegui passear. Pior dos mundos: paulistas da quebrada, argentinas metidas com tênis falsificados e muita chuva. Mas tá bom…KKKK! Bom dia!)