bom dia!
Repararam meu atraso, eu sei.
Estou de mudança, nestes últimos vinte dias estava arrumando todo o processo de mudar, ver transporte, datas, ajeitar o desmonte do apartamento, as urgências desta rotina enjoada que é trocar de casa. Bonito é o caracol que com umas reboladas e sofrimento resolve o caso. Pra nós, não, porque rebolar e sofrer é só parte do processo.
Entendo muito bem quem tenha se enfiado em financiamentos intermináveis para poder usufruir do direito de não ter de se mudar com tanta frequência. é uma faina desagradável, cansativa e muito sofrida, nossa. Pois no meu caso, estava há seis anos no mesmo apartamento, e tinha muita coisa pra juntar, separar, jogar fora. Muita coisa inútil, credo.
E tu nem se lembra mais do porquê de ter guardado isso e aquilo, aquele folder lindão de uma viagem, documentos de trocentos anos atrás, a cafeteira que deu pau e tu tem preguiça de mandar consertar, o PC antigo que tu pegou pra dar uma olhada a oito anos atrás… muita coisa acumulada, e acumulamos na medida em que temos espaço pra isso.
Claro que há os práticos, desapegados. Não é lá meu caso, eu tenho espírito de velho, daquele tipo que de vez em quando aparece no jornal com a prefeitura tirando 37 toneladas de lixo de dentro da sua casa… acumulador mesmo, síndrome purinha de Diógenes… Isso, no limite, é doença.
Diógenes era o cara na mitologia grega que era incapaz de abandonar o passado, de perder coisas, jogar fora. tudo ele juntava, tudo ele guardava, nada fugia à sua passagem. Tem quem seja assim, sem o caso patológico, obviamente. Guarda porque quem guarda tem, esquecendo que há que se fazer um juizo de valor sobre os guardados, pois é inutil guardar o que não tem valor algum por desuso, dano, inadequação.
Eu e a Môça ficamos divididos neste caso: Ela quer que eu jogue tudo fora, eu tento evitar que ela jogue tudo fora. Mas tirando algumas brigas irracionais, ela tem razão no desapego. Precisamos abrir espaço na nossa vida para coisas novas, precisamos focar em mudanças que melhorem nossa vida. E jogar fora algumas coisas é essencial, até pra termos certeza absoluta de que nunca iremos usar aquela porcaria de Air Fryer…
E o Neném? Passou a semana tenso com a mudança. Ele viu suas coisinhas e seus habitos sendo desmontados e encaixotados, e nossa como ele ficou estressado. Agora com as coisas se arrumando na nova casa, ele vai reencontrando seus brinquedos, seus espacinhos e está devagar relaxando, gostando da proximidade total com os avós e primos. Mudança foi principalmente por causa desse povo aí, que se beneficia mutuamente desta vizinhança.
Bem, é isso. demorei pra escrever por conta disto: sem internet em casa, PC deu pau na mudança, uma belezura usar celular de modem a essas alturas do campeonato…!
Bom dia e boa semana!
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Fritz.
FIRST BOREAL!
Bom domingão muquis!
Barna, como vc bem percebeu, o desapego ajuda-nos a levar uma vida mais serena e feliz.
Tento imaginar se eu não fosse desapegado e na minha mudança para tugalândia quisesse trazer todas as tranqueiras que invariavelmente acumulamos, ia precisar fretar um cargueiro chinês… kkkkk
Evidentemente que não digo que “coisas” tem de ser jogadas fora mesmo tendo serventia, como vejo muitos fazerem, sou raivosamente anti-desperdicio, mas havemos sempre de lembrar-mo-nos do quão tênue é o limite entre guardar o útil, e acumular o inútil.
Dito isto, parabéns pelo inicio de sua nova jornada, desejo-lhe toda sorte na empreitada e muita felicidade para você e sua famiiia.
“tudo vale à pena, se a alma não é pequena”
Urgente
Shopping portal com exposição de Fusca, hoje é dia nacional do Fusca
Aproximadamente 100 carros.
Estou aqui
faltou a sirene vermelha piscando… 🙂
Tá top, até banda de rock
falando em desapego, saudades do meus bólidos oriundos da mente genial de porsche…
aqui nas terras lusas um carocha é bem mais caro que uma mercedes ou BMW.
dá uma saudade dos “capôs de fusca” 🙂 🙂
Aqui tá cheio, nos dois sentidos.
Vish, quebrou tudo:
https://alias.estadao.com.br/noticias/geral,antonio-riserio-o-multiculturalismo-identitario-tornou-se-um-apartheid-de-esquerda,70003161885?utm_source=estadao%3Afacebook&utm_medium=link
Bom dia folks!
Barney, que você seja muito feliz na nova casa. Mudar é complicado mesmo, fiz isso ano passado e me livrei de algumas coisas. Nosso objetivo é ter uma casa clean, poucos armários e o que não está num armário tem que ser eliminado. Foco em ter espaço livre. Considero estar 70% do ideal.
Haha
Esse tópico me faz lembrar as brigas que tenho com minha mãe na loja…
Ela guarda e acumula muito, mas muito lixo e tranqueira.
Aí quando ela viaja faço mutirão.
Começo jogando tudo fora .
Já foram cestas e cestas de lixo de tranqueiras que ela acumulou e nunca mais deu falta .
A única coisa que joguei fora e que ela realmente percebeu foi uma touca. Então tô no lucro.
Próximo que quero jogar é um banco que meu bisavô fez na foice, que “recuperaram” da pior maneira possível colocando uma chapa de maderite em cima e tá puro cupim…
Mas se eu jogar aquilo fora é guerra.
Então vou levando
Bom dia muquiranas!
O desapego é muito bom, todos nós em algum ponto somos um pouco acumuladores.
Eu recentemente, botando em prática meu intento de buscar mais o minimalismo, também joguei um montão de coisa fora aqui em casa. É engraçado fuçar nas caixas e caixas de coisas guardadas e encontrar:
-cadernos e trabalhos de faculdade e pós, incluindo tcc;
– revistas e jornais velhos (como é legal ver anúncio de carro novo à época, atual bomba);
– fotos com familiares, para te lembrar que vc já teve mais cabelo;
– encarte daquela viagem que vc ainda não fez e que fica protelando;
– folhetos diversos e mais uma porrada de coisa que te faz perguntar: “por que raios eu guardei isto??”
Enfim, desapegar realmente é preciso, jogar fora o que não estiver usando ou estiver quebrado – quando se tem muita coisa quebrada em casa, isto não acumula boa energia.
Enfim, abrir espaço para o novo em nossas vidas.
Boa sorte e sucesso em seu novo espaço, barnas.
Ótimo domingão, amigos!
Do Topico anterior:
CVR rapidinho
Bom dia Muquis. A senhora Jacob está gravida e resolvemos confirmar com o proprietario se ele pretende renovar o contrario de aluguel que vence em setembro, e ele disse que nao.
Ja suspeitavamos, ele alugou mais barato porque estava para começar uma obra no predio e agora que passou o incomodo ele vai reformar e mudar para cá.
É da vida, pelo menos ele nos liberou para antecipar a saída sem multa rescisoria. E nao vamos decorar quarto do nenem a toa.
Quem souber de um 3 quartos direto com o proprietario no plano piloto e arredores, pode me indicar.
Valeu.
Viking, olhei, mas pouquissimas ofertas e carissimas, acho que brasilia ainda nao incorporou o quinto andar.
Barnabe, obrigado. Estamos felizes e apreensivos.
Estou pra me mudar do Hell pra SP… preços para mudança proibitivos.
Antes de jogarem fora, coloquem no Olx…sempre tem um interessado.
Desapego master aqui. Me mudo tanto qto periguete em Copacabana, odeio tanto tralha que se entro num lugar com tranqueira já quero ir embora. Se pudesse viveria apenas com a roupa do corpo, cartão, dinheiro e passaporte.
Senta que lá vem textão:
“OS CÃES DE SELIGMAN E OS ESPECIALISTAS DA DERROTA
“No Brasil, só há uma coisa realmente impossível: o possível.”
(Roberto Campos)
Como explica Debra Niehoff, conceber um mundo completamente desprovido de agressão é algo biologicamente desarrazoado. A agressividade é um parâmetro de atividade presente desde muito cedo no repertório da conduta humana e cumpre a importante função adaptativa de facilitar o ajuste social do indivíduo, afirmando e dirigindo sua capacidade de superar os obstáculos da vida. Dito de outro modo: caso não fosse dotado desse meio de proteção, o homem seria tão indefeso quanto um vegetal. Contudo, adverte a neurocientista, se a agressão “é o seguro de vida da natureza”, o autocontrole constitui um objetivo realista a ser perseguido e a violência injustificada — favorecida por ambientes caóticos e abusivos — representa o colapso dos limites entre a agressão aceitável e a inaceitável.
Ora, se a experiência humana está indissociavelmente ligada à violência, isso não significa que nada possa ser feito para preveni-la ou, pelo menos, reduzi-la. Vale dizer: muito embora todos tenhamos potencial para a prática de atos violentos, somos também capazes de refrear tal ímpeto, na medida em que o autocontrole socialmente inculcado e a moderação dos impulsos de agressividade e crueldade são características do homem civilizado, como já observara o grande Norbert Elias. Nessa senda, Stafford & Gibbs explicam que as disputas violentas são mais prováveis em unidades sociais (tribos, cidades, regiões metropolitanas e países, por exemplo) com menores níveis de controle, concluindo que um controle eficaz reduz a possibilidade de disputas e aumenta a probabilidade de que as disputas surgidas sejam resolvidas de modo não violento. Isso explica, em grande medida, a tremenda variação dos índices de criminalidade entre estados e regiões num mesmo país e entre nações em todo o mundo.
Afinal, em termos práticos, de que forma se dá esse controle, especialmente no que se refere àqueles atos tipificados como criminalidade violenta?
Lançando mão de um princípio da criminologia ambiental exposto por Madensen & Eck, em apertada síntese podemos dizer que o número de crimes violentos será tanto menor quanto menores e mais limitadas forem as oportunidades para sua prática, o que implica: 1) aumentar o esforço exigido para a perpetração do crime (policiamento proativo, vigilância, e capacidade de autodefesa, p.ex.); 2) aumentar os riscos para o delinquente (daí a importância da certeza da punição); 3) reduzir a recompensa pelo crime (criminosos, de um modo geral, atuam sob uma lógica de custo/benefício); 4) reduzir as situações de risco para a vítima; 5) incapacitação do agressor (mediante prisão, p.ex.). Há algum tempo, na obra Bandidolatria e Democídio, atentamos para a situação de calamidade da segurança pública no Brasil, afirmando que o Estado brasileiro parecia sistematicamente empenhado em ampliar as oportunidades para a prática de crimes, ao reduzir os riscos para os delinquentes e privar as vítimas dos meios de proteção:
“Não é exagero dizer que, ao trair descaradamente seu dever de manutenção da segurança e ordem interna, o estamento brasileiro declarou guerra à sociedade, dando causa a um dos mais bem documentados casos de democídio do planeta. Jamais devemos esquecer: afrontando a vontade manifestada por 59.109.265 de brasileiros (63,94% dos votantes no referendo realizado em 2005), o governo retirou do cidadão brasileiro o direito à autodefesa, garantindo exclusivamente aos delinquentes o acesso às armas de fogo. Não satisfeito em despojar a população desse direito auxiliar, jogou-a (literalmente) às feras, permitindo seu massacre por uma minoria criminosa, mediante desmoralização da força policial, desmantelamento do sistema penitenciário e adoção de uma postura laxista diante do descumprimento da lei”.
É inviável reproduzir neste espaço as razões apresentadas para fundamentar nossa ponderação, mas, antes que o leitor julgue que incorremos em exagero, analisemos um trecho do relatório produzido pelo IPEA no longínquo ano de 2012, intitulado “Evolução e determinantes da taxa de homicídios no Brasil”:
“Não só a taxa de homicídios é alta, mas também teve um aumento considerável nos últimos trinta anos. No período 1980-1984 ocorriam 14,8 homicídios por 100 mil habitantes no Brasil. Este número evoluiu para 22,6 por 100 mil habitantes no período 1990-1995. Já em 2009, de acordo com a pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2012, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média de assassinatos no Brasil foi de 27,1 por 100 mil habitantes. Isto representa um aumento de 83,1% na taxa de homicídios em 30 anos”.
A essa altura não haverá surpresa em dizer que a situação se deteriorou substancialmente nos anos seguintes, de modo que, em 2017, segundo dados oficiais do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/MS), atingimos o aviltante recorde de 65.602 homicídios, equivalente a uma taxa de aproximadamente 31,6 mortes para cada cem mil habitantes. A título de comparação, segundo dados do FBI, no mesmo período, os Estados Unidos registraram 17.284 homicídios, o equivalente a 5,3 mortes para cada 100 mil habitantes. Ampliando a análise para outra categoria de crime violento, confrontamos os 1.726.757 roubos registrados no Brasil no ano de 2016 (837,9 por 100 mil habitantes) com os 332.797 (102,9 por 100 mil habitantes) registrados na América no mesmo período. A propósito da criminalidade violenta, Alvarez & Bachman lembram que uma análise recente de oito cidades dos EUA (Boston, Chicago, Dallas, Houston, Jacksonville, Milwaukee, Filadélfia e Seattle) estimou os custos intangíveis de ofensas violentas em 13,9 bilhões de dólares por ano somente nesses locais. A estimativa em relação à América é de que os custos intangíveis de crimes violentos sejam de 156 bilhões de dólares por ano.
Os autores acrescentam que a frieza desses números oculta o impacto real e, não raro, de longo prazo da vitimização criminal sobre aqueles que sofrem nas mãos de criminosos violentos. Citam como exemplo o fato de que até 20% de todos os gastos em saúde mental na América derivam do tratamento de vítimas de crimes violentos, o que, segundo eles, não deve ser motivo de surpresa: após uma vitimização violenta, tendemos a ficar em estado de choque, associado à sensação de perda da crença de que estamos no controle de nossas vidas e, junto com ela, da sensação de segurança e proteção, das noções de justiça e de equidade. Estudos semelhantes (a América e outros países os produzem em profusão) são fundamentais para nortear o debate público sobre segurança. O que dizer do Brasil? Ao que parece, padecemos de uma espécie de desorientação crônica e de uma inescapável incapacidade de responder às três questões fundamentais colocadas por James Q. Wilson para a consecução de uma política de combate ao crime: 1) Quais as condições necessárias para a eclosão do crime? 2) De quais indicadores dispomos para avaliar se essas condições estão presentes? 3) Que ferramentas possuímos para, a um custo razoável, detê-lo? Prova disso é a perplexidade dos (assim chamados) especialistas diante da recente queda dos índices de criminalidade verificada no País.
No ano de 2018 houve uma redução de 10,8% no número de mortes violentas intencionais, 14,2% nos crimes contra o patrimônio e 20,2% nos roubos de carga. Essa tendência de queda parece haver se consolidado, conforme dá conta um recente comparativo divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, segundo o qual entre os meses de janeiro e agosto de 2019 houve 6.684 vítimas de homicídio a menos do que o número registrado no mesmo período do ano anterior. Mais do que isso, a queda foi registrada em todas as regiões, em índices que variam de -12,2% (Centro-Oeste) a -27,4% (Sul), resultando numa média de -22%. Houve também redução no percentual dos crimes de estupro (-10,5%), roubo a instituição financeira (-36,4%), roubo de carga (-22,9%), roubo de veículo (-21,7%) e latrocínios (-23,06%).
Relativamente à redução dos índices registrada no ano de 2018, o Anuário de Segurança Pública de 2019, consignou que não foi possível “isolar o quanto a ação pública contribuiu para o cenário atual”, tampouco o efeito das variáveis socioeconômicas, demográficas e espaciais nas dinâmicas da cena criminal razão pela qual pouco se sabia sobre aquele movimento. Já em relação ao comparativo recentemente divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, houve quem atribuísse a diminuição dos índices de criminalidade violenta, em grande parte, à consolidação do “o rearranjo de poder entre grupos criminosos no Nordeste”, afirmando que “é difícil creditar essa melhora ao governo federal visto que a trajetória de queda precede este governo, e que não foram implementadas ações na área que possam nos permitir ligar ações do governo a esse tipo de impacto”. Será mesmo?
A teoria da “Pax Mafiosa” — que atribui o arrefecimento da criminalidade à cessação de disputas violentas entre facções criminosas — tão recorrente quanto amplamente refutada no Brasil — não explica a queda do número de estupros, roubos e latrocínios registrados, muito menos a retração simultânea da criminalidade em todas as regiões do território nacional. Aliás, uma rápida consulta às páginas policiais é suficiente para que se verifique que a disputa entre facções segue existindo em todo o Brasil, da Rota do Solimões ao litoral gaúcho. Por outro lado, a preocupação demonstrada quanto ao possível recebedor do galardão pelo feito da redução dos índices de violência faz com que a questão seja desde logo mal colocada: a investigação do impacto da atuação estatal na diminuição da criminalidade deve ter como foco as medidas adotadas pelo Estado e seus entes federativos no combate à delinquência (princípio da continuidade), pouco importando, nesse aspecto, qual governo ou agente público responsável (princípio da impessoalidade). Assim sendo, cabe perguntar: É possível que algo tenha passado despercebido aos analistas? Entre a admissão de desconhecimento acerca das origens da queda dos índices de criminalidade violenta e a exclusão peremptória de uma de suas causas mais prováveis (reação estatal contra o crime), algum fator deixou de ser considerado por nossos expertos?
Sem me arvorar à condição de especialista, lembro aqui de algumas medidas implementadas pelo Estado brasileiro e seus entes federativos nesse período, que caracterizam uma evidente reação ao intolerável patamar de violência experimentado: 1) operações de Garantia da Lei e da Ordem para: a) coibir a violência urbana no Rio de Janeiro (julho de 2017 a julho de 2018); b) manutenção da segurança pública, em razão da greve da PM no Rio Grande do Norte (dezembro de 2017 a janeiro de 2018); 2) intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro (fevereiro a dezembro de 2018); 3) isolamento dos líderes do PCC em presídios federais; 4) incremento do confisco de ativos das facções criminosas; 5) recorde de apreensões de drogas; 6) aprimoramento do controle das penitenciárias (que talvez tenha seu melhor exemplo no Rio Grande do Norte após a crise de Alcaçuz) com admissão e treinamento de novos agentes, adoção de procedimentos de segurança mais restritivos e transferência de líderes de facções; 7) intensificação da atuação dos GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público, em parceria com as polícias estaduais, que tem como exemplo a grande operação de combate a integrantes de facções criminosas deflagrada pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) em 14 estados e no Distrito Federal no mês de dezembro de 2018; 8 ) atuação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), força-tarefa coordenada pela Polícia Federal, no combate ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro pelo PCC (Primeiro Comando da Capital); 9 )auxílio da Força Nacional de Segurança no policiamento para manutenção da ordem em áreas conflagradas.
Esses são apenas alguns exemplos de ações de repressão ao crime, cujo impacto, segundo entendemos, não pode ser excluído “in limine” de qualquer estudo sóbrio, principalmente quando constatamos uma redução de 53% no número de homicídios e quase 40% no número de roubos, nos cinco municípios contemplados com o projeto-piloto de combate à violência “Em frente, Brasil”. Emprego massivo de efetivo policial, policiamento proativo (com mais de 92 mil abordagens) e cumprimento de mandados de busca e de prisão constituíram a tônica do programa em sua fase de “choque operacional”. Os resultados falam por si e não podem ser negados com seriedade por nenhum estudioso, mesmo que uma política de segurança que contemple o trabalho policial de manutenção da ordem e a efetiva punição dos criminosos esteja em absoluto desacordo com seu credo. Nesse ponto, peço vênia ao leitor para uma pequena digressão.
Em 1965, o psicólogo Martin Seligman tentou expandir os experimentos de Ivan Pavlov, mas na direção oposta: enquanto Pavlov tocava uma sineta antes de alimentar os cães — condicionando-os, com o tempo, a salivar de apetite ao simples som do instrumento mesmo diante de um prato vazio —, Seligman o fazia antes de aplicar choques elétricos nos animais. Depois de condicionados a associar o som da sineta ao sofrimento do choque, os cães eram soltos num espaço dividido em duas partes por uma pequena cerca. Seligman imaginava que, tão logo tocasse o sineta, os cães tratariam de pular sobre a cerca para escapar, por haverem associado o som ao sofrimento causado pelas descargas elétricas. Isso não aconteceu: os animais permaneceram imóveis, aguardando o sofrimento. Seligman, então, foi um passo além, aplicando-lhes efetivamente um choque logo após tocar a sineta e, mesmo assim, os cães permaneceram impassíveis. Colocado no mesmo espaço, um cão que jamais fora submetido à experiência fugiu, pulando a cerca, tão logo realizada a tentativa de lhe aplicar o eletrochoque. De acordo com David McRaney, quando sentem haver perdido o controle sobre o próprio destino, as pessoas tendem a adotar um comportamento semelhante ao dos cães que aceitaram receber o eletrochoque, admitindo como inevitável qualquer situação na qual se encontrem. É o que ocorre, por exemplo, com reféns que se recusam a fugir após um longo período de cativeiro, ou com mulheres e crianças submetidos a abusos. Esse tipo de racionalização niilista é conhecido como “learned helplessness” e implica perda da vontade de lutar contra as adversidades, o reconhecimento da futilidade das tentativas de mudança, uma verdadeira rendição aos problemas que nos oprimem.
O povo brasileiro padece há muito tempo com níveis intoleráveis de violência, cujo aumento estratosférico, no curso dos anos, é invariavelmente adornado com discursos de autoridades e expertos que diluem a responsabilidade individual do delinquente (atribuindo culpa à sociedade), desmerecem a importância da atuação policial (não raro caluniando seus agentes) e decretam a absoluta inutilidade da punição (ignorando que o maior problema que enfrentamos é a impunidade). A recente reversão dessa tendência indica que algo de novo pode estar acontecendo; uma nova (no Brasil) perspectiva de combate ao crime, baseada em modelos de comprovada eficácia, que substitui a ideologia e o discurso fácil pelo estudo sistemático e ação profissional. Qualquer análise honesta dessa nova tendência pressupõe que se deixe de lado o viés ideológico de confirmação ou negação e, junto com ele, todo frenesi e histeria que predisponham o investigador a descartar as hipóteses que não coincidam com suas crenças e concepções filosóficas. Menosprezar o efeito do trabalho empreendido pelas nossas forças e serviços de segurança e sobrestimar o poder do crime organizado é um grave erro: 6.684 vítimas a menos são um bom motivo para acreditar em algo melhor. Parafraseando McRaney, podemos não ser muito espertos, mas somos mais espertos do que os cães de Seligman. Basta de apologia da derrota!
— Diego Pessi é promotor de Justiça no RS, pós-graduado em ciências policiais (criminologia e investigação criminal) pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna de Portugal e co-autor do livro “Bandidolatria e Democídio”.
Referências:
Alvarez, A; Bachman, R. (2017). Violence, the enduring problem. Los Angeles: Sage.
Elias, N. (1996). O Processo Civilizador, vol. I. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Gómez, J. (2012). Manual de Clínica Criminológica, Perfil de Peligrosidad Criminal. Madrid: Editorial Tenos.
McRaney, D. (2012). You are not so smart. New York: Gotham Books.
Madensen, T; Eck, J. (2011). Crowd-related crime: an environmental criminological perspective, In Madensen, T. & Knutsson, J., Preventing Crowd Violence (pp. 115-138). Boulder: Lynne Rienner Publishers.
Niehoff, D. (1998). The Biology of Violence, how understnding the brain, behavior and environment can break the vicious circle of agression. New York: The Free Press.
Pessi, D.; Giardin, L. (2018). Bandidolatria e Democídio – Ensaios Sobre Garantismo Penal e a Criminalidade no Brasil. Porto Alegre: SV Editora.
Sttaford, M.; Gibbs, J. (1993). A Theory About Disputes and the Efficacy of Control, In Agression and Violence, social interactionist perspectives (pp. 69-98). American Psychological Association: Washington DC.
WILSON, J. (2013) Thinking about crime. Basic Books/Perseus Books Group: Philadelphia.
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_1808.pdf
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf
https://ucr.fbi.gov/crime-in-the-u.s/2017/crime-in-the-u.s.-2017/topic-pages/tables/table-1
http://www.forumseguranca.org.br/wpcontent/uploads/2019/01/ANUARIO_11_2017.pdf
http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Anuario-2019-FINAL-v3.pdf
https://www.novo.justica.gov.br/news/politicas-publicas-eficazes-e-integracao-resultaram-na-reducao-da-criminalidade-violenta
https://blogdoibre.fgv.br/posts/o-que-pode-explicar-queda-de-homicidios-no-brasil-em-2019
https://www.defesa.gov.br/arquivos/exercicios_e_operacoes/glo/2_tabelas_glo_atualizada_em_261119.pdf
https://www.justica.gov.br/news/collective-nitf-content-1570024970.38
Por Diego Pessi, via Facebook.
Tenho zero apego a tranqueiras velhas, por mim vai tudo pro lixo.
A dona mutuária é o exato oposto, acumuladora doentia. Mas não me incomodo com isso.
Na última mudança que fizemos dei um dinheirinho extra pro pessoal da mudança, o senhorzinho bem experiente que cuidou de tudo não acreditou que coubesse tanta coisa na nossa casa anterior.
Um dos carregadores passou mal de tanto trabalhar, no final do segundo dia de mudança vomitou pra caramba pelo esforço feito.
Todas minhas coisas pessoais cabem numa porta de guarda-roupa, o resto é tudo dela.
Neste ponto sei que sou o homem perfeito pra ela, não ocupo espaço e não reclamo da montanha de cacarecos inúteis que jamais serão usados.
Os opostos se atraem…
Obs. Passados alguns anos a nossa Air Fryer está lacrada na caixa, nunca usamos.
Brasileiro é apegado demais à bens materiais… Dificilmente alguém consegue simplesmente jogar fora algo que não utiliza mais… As pessoas tentam vender… E o pior, grande parte tenta vender pelo preço que pagou, para não ficar no prejuízo…
Entrevista do ex-ministro.
Para quem, assim como eu, não acompanhava ele certos trechos abrem os olhos
Não conheço
Não tem postura.
É um enrolador
Usem a Airfryer é ótimo.
Aqui em casa só se guarda dinheiro e olhe lá. Temos a rotina de sempre está limpando os armários.
A dica principal é comprar o que realmente usar.
Tambem acho a AirFryer boa. Batata frita pre, ou in natura. Carre ( costeleta). pastel tambem fica muito bom.
Pastel fica diferente por não ser no óleo, mas fica delicioso.
Boa tarde mukis…
Huuum
a cafeteira que deu pau e tu tem preguiça de mandar consertar, o PC antigo que tu pegou pra dar uma olhada a oito anos atrás…
Pq a mulherada não respeita nosso timing? RESPEITO!!! Hehehe
Aqui na Hidden house, tem uma fazedora de churros que só foi usada UMA vez…. tasaaapariu, nem dar de presente consigo,,, eita
Está na hora de me livrar de um Notebook Hp de 10 anos. Porém vou tirar o HD, gravador de dvd dual layer e memórias kkk
Comprei um volante G27, tempo chuvoso, criando mofo nos furos do couro! PC ainda ligo, pois é um i5 bem esperto e tem umas coisas de trabalho que é mais prático na telona
Agora pobre mesmo, guarda resto de tintas de parede, piso. Saporra fica podre em 3 meses kkk
Nós, os mineiros, comemos quieto!
E nós nos fartamos também, Sô!
Quem sabe se consegue alguma redução na “anencefalia” dos esquerdopatas.
Versão Brasileira… Chutando o Pau da Barraca! Kkkk
Desceu uma lágrima aqui.
Boa sorte no novo lar, nunca me mudei , não consigo rsrs
Min infra-estrutura trabalhando:
Quanto tempo até o Imperador Tofoli mandar a abrir a fronteira para receber os nobres refugiados?
o fechamento da fronteira entre Brasil e Paraguai no trecho que corresponde ao Estado de Mato Grosso do Sul.
A decisão vem após a fuga de 75 integrantes de uma facção que estavam na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na madrugada de hoje
https://conexaopolitica.com.br/ultimas/urgente-sergio-moro-manda-fechar-fronteira-com-paraguai-apos-fuga-de-75-presos/
Fantástico discutindo letalidade da polícia
Coincidentemente a novela das 21h também está tratando da polícia como corruptos…
Previsão do Tempo!
Boa sorte na nova morada, Barna!