Boteco Muquirana do Fim do Mundo

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Uma mariposa adentra o consultório de um dermatologista. O dermatologista diz:
No que posso ajudá-lo?
A mariposa então diz:
Por onde começar? Dia após dia eu vou ao trabalho, e trabalho para um homem chamado Estevão Mikhailovich, trabalho longas e desgastantes horas. Mas qual é o meu trabalho? Sou um burocrata! Então, desanimadamente, ao longo de toda minha rotina eu movo papéis e processos de um lugar a outro e, novamente, de volta aos lugares de onde vieram. Não sei muito bem o que é que eu faço e, sendo sincero, não sei se o Estevão Mikhailovich sabe. O que ele sabe bem é que tem poder sobre mim, e, aparentemente, isso causa a ele uma grande satisfação. E onde se encontra a minha satisfação? Ela reside no breve momento em que eu desperto pela manhã ainda sem saber ao certo quem eu sou. Naquele curto espaço de tempo eu sou feliz. Naquele instante, antes de a memória de quem eu sou desmoronar sobre mim como uma avalanche. Me levanto, então, angustiado, nauseado, andando pelas ruas até que chegue a hora de trabalhar. Os outros, já há algum tempo, pararam de me perguntar o que eu faço da vida, me parece que já sabem que não serei capaz de responder, fitando-os com meus olhos vazios, ao que temem que minha melancolia, de tão profunda, possa vir a contagiá-los. Algumas vezes, Doutor, na escuridão da noite, eu acordo em minha cama e viro-me para a direita, e é com horror que eu percebo a presença de uma certa senhora deitada no meu braço. Uma velha senhora que eu um dia amei, doutor, em cujas carícias eu encontrava conforto e esplendor e onde agora só vejo decadência e estrago, uma velha dama que me insulta pela sua própria existência.
Certa vez, doutor – continuou a mariposa -, quando eu ainda era jovem, voei de encontro a uma teia de aranha e ali fiquei preso. Em pânico, sacudí minhas asas até que delas saísse um fino pó, mas isso não foi suficiente para eu me visse livre, apenas chamou a atenção daquela gigantesca aranha. A aranha moveu-se em minha direção ao que fiquei absolutamente imóvel, então ela também parou. Eu havia ouvido muitas histórias de aranhas contadas pelos mais velhos, sobre o modo como elas afundavam suas presas no seu cefalotórax fazendo com que você ficasse totalmente paralisado, mais ainda consciente, enquanto vagarosamente devoravam todo o seu corpo. Então me mantive tão quieto quanto possível, mas assim que a aranha novamente começou a se mover novamente em minha direção, voltei a brandir minhas fustigadas asas contra minha prisão de seda, e desta vez obtive sucesso. A trama fora rasgada e eu consegui levantar vôo, rumo aos céus e exultante de alegria. Mas minha alegria logo transformou-se em terror: Olhei para baixo e vi que, em minha fuga, havia trazido comigo um fio de seda que continha, em sua extremidade aquela aranha que, agora, escalava em minha direção. Estaria eu destinado a morrer em pleno céu, onde aranha alguma deveria estar? Voei para um lado e para outro e, finalmente, consegui livrar-me daquele fio e pude vê-lo flutuar rumo ao chão junto com a aranha. Todavia, dias depois, um estranho sentimento instalou-se em minha alma, doutor. Comecei a sentir que minha vida fosse aquele fio de seda acompanhado de uma aranha mortal que se movia sobre mim. E eu sentia que aquelas presas peçonhentas já me haviam penetrado e eu vivia em um estado de paralisia enquanto era, pouco a pouco, devorado pela minha própria vida.
Minha filha, Alessandra, caiu no frio do último inverno. O frio a levou, assim como a muitos de nós. E então minha família enlutou-se. O luto se apresentava impassível em meu semblante, doutor, mas tratava-se de mera dissimulação. Eu não senti qualquer luto pela minha falecida filha, senão, somente inveja. Tenho só mais um filho, um garoto chamado Gregório, e vou dizer algo, doutor, com profunda vergonha. Eu não o amo mais. Quando olho nos seus olhos, tudo o que vejo é a mesma covardia que me encara quando observo o meu próprio reflexo no espelho. E é precisamente essa covardia que me mantém vivo, doutor, me movendo de um lado para o outro, dizendo “olá” e “até logo”, comendo, ainda que a fome já tenha me deixado, andando sem destino e, à noite, deitando ao lado daquela estranha dama nesta vida grotesca que eu tenho enfrentado. Se ao menos a covardia se abreviasse, talvez eu encontrasse um ensejo para alcançar aquele calibre 38 que se encontra carregado e engatilhado na gaveta do meu criado-mudo, daí então, talvez eu fosse capaz de encerrar esta fachada assombrosa, de uma vez por todas. Lamentavelmente esta covardia não conhece freios, é ela que me define, que emoldura minha vida. É o que eu sou! Ainda assim eu não consigo resignar-me, aceitar minha própria vida. Em vez disso, o desespero é meu companheiro constante, enquanto eu ando de um lado para outro, sem sonhos, sem esperança e sem amor.
Mariposa! – disse o dermatologista – sua história me moveu profundamente e está claro que você precisa de ajuda, mas trata-se de uma ajuda que eu não posso prover. Você deve buscar um psiquiatra, talvez um psicólogo e contar a ele suas dificuldades. Por que foi que você veio para o meu consultório?
Ao que a mariposa respondeu:
Porque a luz estava acesa.

From_The_Tower
Ibovao da massa fechou bem
4 mil pontos desde a mínima
Esperar mais umas 2 semanas para confirmar pivô de baixa

2+

Marrapaizzzz esse Ibov é danado mesmo hein? Qdo achei que ia, num foi. Conheço swingueiro que hj pediu pinico em pânico.

And now, the end is near…

Uia ! All in ??

Ousado esse mininu :

In my opinion, it’s a great time to buy stocks or into your 401K. I would be all in… let’s see if I’m right…

— Eric Trump (@EricTrump) February 28, 2020

Vivemos tempos anormais:

https://www.miseria.com.br/ultimas-noticias/policia/agricultor-barbalhense-morre-apos-queda-de-moto-em-crato-a-quarto-da-semana/?fbclid=IwAR3ep9v9tNpvkyqriomuaI7-ad_vkvug27sm0SfN2kj6-z5EfElol0WBCqw

Mesmo aqui que tem um monte de motoqueiro maluco nunca vi isso de 4 mortes em uma semana no interior do estado.