Sommelier de fitas

Listas de filmes são um troço que antigamente era muito valioso. Pensemos assim: com mais de dez mil filmes sendo produzidos anualmente desde o pós-guerra, era, num passado recente, extremamente dificil se estabelecer essas listas de escolhas, até por nos simplesmente não conhecermos muitos filmes ou autores, devido ao outro problema que era o acesso a estas produções.

Corto ali pros anos 1970, quando o negócio de “cinema business” explodiu de vez.

Nos anos 1970 os cinemas das cidades médias reprisavam filmes por meses a fio, com publico razoável. Era a opção preferencial para consumo de mídia, e as mídias eram bastante reduzidas em acesso e permeabilidade. TV era uma coisa limitada e de baixa qualidade, em geral. A gente esquece que há apenas vinte anos atrás a transmissão de mídia no país era totalmente analógica, com a resolução de 240p, resolução de câmera de segurança que filma acidente.

Então o lance era o cinema. Para ver filmes em qualidade decente, de som e imagem, você tinha de ir na estréia, pois naquele momento a cópia do filme estava zerada, as trilhas de som plenamente legíveis, você teria como aproveitar quase plenamente a experiência de um filme feito em Panavision, naquela exuberância de cor absurda que só o celulóide consegue reproduzir. Notemos que no começo dos anos 1970 ainda haviam muitos filmes sendo lançados em P&B. Mas a questão era você só poder ver filmes em full color (Eastmancolor)… no cinema. E o cinema era barato, era em quantidade absurda, e era algo extremamente social, como os shoppings de hoje em dia.

(Faço um adendo: A qualidade de IMAGEM do filme P&B é sempre SUPERIOR à qualidade de um filme colorido de padrão equivalente)

E haviam os cinemas top, os bons, os ruins, os poeiras. E as fitas iam passando de cinema em cinema, havia um mercado de venda e troca/empréstimos de rolos de filmes entre as grandes redes e as menores e os cinemas “avulsos”. E se você assistiu Inferno na Torre no Roxy, luxuosão e excelente em dezembro de 1972, provavelmente veria esse filme no cinema da estação de Nova Iguaçu em 1977, 1978. Os filmes tinham uma vida longa em exibição, e o cliente sabia disso. Sabia que poderia esperar – acompanhando as colunas de cinema dos jornais – a época em que seu filme preferido voltaria a ser exibido naquele cinema razoável que não tem pederastas se atracando no cantinho da direita.

Entenda (calma, gente): O cinema era um sistema de entretenimento bastante pulverizado, amplamente conhecido e que tinha um vasto público fiel. Era um negócio fabuloso. E ser cinéfilo, gostar de filme, acompanhar, exigia um esforço imenso em ir atrás dos filmes, se informar dos lançamentos que viriam daqui a alguns meses – nos ans 1970 os filmes já tinham aquela janela de lançamento curta que conhecemos, de três a quatro meses após a estreia na Matriz – e consumir informação, literatura, etc. Era o “sommelier de fitas”. O “cinefilo profissional”, aquele amigo nosso que sabia de tudo de filme, que conhecia os atores, diretores, as cronologias, as querelas de produção, os bone e maus cinemas da cidade. Conhecimento é poder, a gente sabe. E nesse ramo aí, era resultado de muito esforço e gastos.

Também haviam as publicações, o “bonequinho viu”, que determinava qual filme era “bom” e “mau”, e qual a reação “marromeno” do público, via cartas às redações dos jornais e revistas. Globo era o mais extenso, Folha de SP punha artigos enormes detalhando os assuntos, JB era seco e direto, Estadão botava até filme de escola no rolo. Ali era o esquema, ali o povão se inteirava da mística dos cinéfilos e aprendia de leve como era o processo de julgar um filme, ver e entender aquela zuada intelctual do Nélson Pereira dos Santos, ou alinhar os 35 motivos pelo qual o filme do Jodorowski deveria ser banido da humanidade para sempre. E elogiar a Jane Mansfield. E falar do fim da carreira do Brando, uma lástima. Era um subprocesso civilizatório, mesmo.

Quando na cena tosca do Bye Bye Brasil, a Caravana Rolidei chega a Belém do Pará, e o personagem do José Wilker solta o “puta que pariu” quando vê o emaranhado de antenas nos casebres da periferia da cidade, esse esquemão todo aí já tinha dado uns problemas grandes. Fica pra próxima a explanação.

Calma, teremos listas! Bom dia!

9+
  • Money Addicted 7 de novembro de 2021 at 08:41

    1st

    1+

  • Viking 7 de novembro de 2021 at 08:49

    Bom dia!

    Black Friday do Vida Rica: todos os ebooks pela metade do preço!
    http://vidarica.me/2021/11/07/black-friday-do-vida-rica-todos-os-ebooks-pela-metade-do-preco/

    4+

  • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 09:04

    Bom dia! (menos pra quem não tomou vacina! subcidadão)

    ___

    Proteção de Janssen e Pfizer cai a menos da metade após 6 meses, diz estudo

    “Um estudo publicado na 5ª feira (4.nov.2021) na revista Science mostra que a efetividade das 3 vacinas aplicadas nos Estados Unidos reduziu dramaticamente depois de 6 meses de aplicação. Os imunizantes que tiveram pior desempenho foram os da Janssen e da Pfizer, também usados no Brasil.

    A proteção de 87% da vacina da Janssen caiu para 13% depois de 6 meses. A da Pfizer foi de 87% para 43% e a da Moderna, de 89% para 58%.

    “Os resultados mostram a importância de esforços continuados para aumentar o percentual de vacinação da população e de aplicação de doses de reforço, além de ter múltiplas camadas adicionais de proteção contra a infecção”, diz o texto da pesquisa.

    https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/prote%C3%A7%C3%A3o-de-janssen-e-pfizer-cai-a-menos-da-metade-ap%C3%B3s-6-meses-diz-estudo/ar-AAQoEN0?ocid=msedgntp

    1+

    • Zuka Jones 7 de novembro de 2021 at 09:14

      Tudo água de salsicha. Ken diria…

      2+

      • Sapato Furado 7 de novembro de 2021 at 10:39

        Desse jeito, melhor tomar a Corongavac, que não tem nada de RNA, trombose, miocardite.

        2+

        • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 10:41

          o problema é a imposição da “dose de reforço” obrigatoriamente de Pfizer….

          3+

          • Sapato Furado 7 de novembro de 2021 at 10:44

            Pois é, e a janela de overton se deslocou tanto, que teremos de brigar pela Butantanvac.
            Eu ainda não entendi, pois a Butantanvac será feita no Brasil, será que então vão deixar para os mais jovens?

            Ainda acho que a melhor opção é nem tomar nada, mas ainda seguem com as maluquices ditatoriais de passapprte

            4+

        • MrCitan 7 de novembro de 2021 at 11:21

          O ruim da Coronalixo é que ela não é aceita para entrar nos países.
          Muito melhor mesmo é ir nos postos pra ver se algum te vende comprovante de vacinação.

          2+

          • Diego 7 de novembro de 2021 at 19:03

            Opa. Boa noite. Acompanho o site desde antes de antes, já teve outros nomes. Enfim. Minha fonte de informação, ainda q não escreva nada.
            Quero saber sobre esse lance do ” despachante de vacina”. Estou para tomar a dose 2 da Pfeizer. Em busca apenas de ter o comprovante no site do sus

            2+

  • bomberman 7 de novembro de 2021 at 09:10

    Roxy já foi bom, agora é um “Kinoprex”.

    1+

  • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 09:42

    sobre o tópico:

    pra quem tinha dúvida ou para aqueles que afirmaram que se trata de negócios e que não mudariam pra não desagradar aos fãs……

    É o novo mundo…. nessa verdadeira idade das trevas é preciso apagar os símbolos do passado ou “moldá-los” para que sejam instrumento de propaganda…
    __

    A escritora que promete imprimir ‘perspectiva feminista’ a romances de James Bond

    A autora Kim Sherwood escreverá a nova trilogia de livros de James Bond, tornando-se a primeira autora da série de romances de espionagem criada por Ian Fleming.

    Sherwood disse à BBC que espera modernizar e expandir o cânone de Bond com uma “perspectiva feminista”. Ela prometeu um “elenco de heróis com quem todos podemos nos identificar”

    Sua parceria com a editora Ian Fleming Publications ocorre em um momento em que os responsáveis pela franquia de livros, que é a base da série de filmes de enorme sucesso, visa refletir a mudança de atitudes em relação à representatividade.

    Sherwood, uma autora premiada por seu romance Testamento (2018), disse à BBC que Bond “permaneceu um símbolo perene para a Grã-Bretanha porque ele pode mudar junto com a gente”.

    “Eu quero trazer uma perspectiva feminista para o cânone, como uma jovem escritora”, disse ela.

    “Quero homenagear o que veio antes, mas também criar algo novo e abrir espaço para que todos sejamos heróis.”

    “Vivemos em um mundo muito diferente dos romances de Fleming. E, de certa forma, o mundo sobre o qual Fleming estava escrevendo não existia.”

    “Bond sempre foi uma fantasia, mas é uma fantasia que pode nos refletir e nos moldar, e estou muito animada para fazer parte disso para um mundo contemporâneo”, acrescentou.

    https://www.msn.com/pt-br/cinema/noticias/a-escritora-que-promete-imprimir-perspectiva-feminista-a-romances-de-james-bond/ar-AAQoOY9?ocid=msedgntp

    1+

  • Neco 7 de novembro de 2021 at 09:52

    Bom dia.

    Eu gostava muito de cinema, anos 80, ia muito.
    Depois chegou o vídeo cassete daí começou a queda.

    Hoje vejo cada vez a coisa mais complicada. Já não tem como saber qual será o mundo que os filhos e netos vão viver.

    3+

  • Neco 7 de novembro de 2021 at 09:58

    Se os dados que estão aparecendo sobre as doenças causadas pelas vacinas forem verdadeiros a população vai reduzir muito e muito rapidamente, menos na África, na Índia e em outros lugares que não tomaram tanta vacina.
    Daí como vai ser o futuro… Não tem como saber. Pode ser melhor e pode ser pior. Deus é quem sabe.
    Busquem a Deus enquanto é tempo.

    6+

    • Sapato Furado 7 de novembro de 2021 at 10:50

      Quais dados Neco? Às complicações de vacinas que vemos são as imediatas e atingem um X de pessoas a cada tantos dezenas ou centenas de milhares. Pra longo prazo ninguém sabe o resultado.
      Acho que o problema é que sempre podemos ser aquele 1 em 10000 que toma e sofre algum problema, por isso que jamais deveria ser obrigatória, pois eu assumiria um risco que não estou disposto.
      Acho que no final não haverá nada dessas previsões malucas de morrer meio mundo de pessoas por vacinas, mas claro, quem tomou obrigado e tiver reações adversas, esse vai sofrer e calado, em nome da tal coletividade.

      2+

      • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 10:56

        NO caso das mRNA sequer é possível prever os efeitos ao longo do tempo…. por não haver qualquer estudo de observação prolongado de vacinados com essa tecnologia…. isso é ainda mais grave em crianças em idades de 5 a 11 anos….

        8+

        • Sapato Furado 7 de novembro de 2021 at 13:12

          Sim, sou totalmente contra esse negócio, especialmente nas crianças, pois acho que a chance delas de morrer de COVID é praticamente nula, não compensa o risco de uma vacina que nem sabemos quais efeitos pode gerar, ainda mais em humanos em formação.

          2+

    • Zé Ninguém 7 de novembro de 2021 at 16:49

      Glória a Ele!

      1+

  • paulo 7 de novembro de 2021 at 10:09

    Saravá, seu José Pilintra.

    1+

  • Cadeia Marcov 7 de novembro de 2021 at 10:19

    me lembro do cinema as cenas de futebol.. eu achava interessante o plano e parecia um misto de camera lenta…
    Isso que Eu abomino futebol brasileiro desde sempre ( figuras como Ricardo Texera, Zagalo, me davam asco). eu achava aquilo uma perda de tempo até ver o filme e que aquilo era meio estranho (pra que servia?, tinha rádio, zebra do fantastico, hoje sei alguem tava ganhando). Contudo não devo negar que pelo menos era bem feito.

    2+

    • Cadeia Marcov 7 de novembro de 2021 at 10:30

      o bom da década de 70 e 80 é que vi na tv tbm bons filmes: meninos do brasil, dr jivago, takatakataka, a ponte do rio potenkim e o Feio o mau italianos, a bolha assassina (me borrei), e o primeiro Frankestein…

      1+

      • Abomineve Homem das Naves 7 de novembro de 2021 at 10:53

        Imagino como seria assistir “Christine, o carro assassino”, “Cemitério Maldito”, “O enigma do outro mundo”, “A aparição (The Wraith)” nessa época aí no cinema.

        3+

      • Cadeia Marcov 7 de novembro de 2021 at 18:16

        errei, é Tora! Tora! Tora!
        o filme do feno é dum guri acho que chamava bird ou algo assim sem tradução
        lembro que o cara morre no fim. mas não é o guri “que queria voar”

        0

  • Pagando o que é meu 7 de novembro de 2021 at 10:37

    Bom dia,
    Cinema… já gostei muito. Hoje penso 3x antes de ficar 2h30 vendo alguma coisa.
    Já fui toda semana. Hoje, faço força pra ir 1x por mês. Vídeo, obra audiovisual, filme, imagens em movimento. Cada vez mais difícil você assistir algo que possa ser chamado de cinema, como uma das 7 belas artes.

    5+

  • Pé Vermelho 7 de novembro de 2021 at 10:39

    Ki omEm meus amigos!
    É cinefilo tb

    Aqui no interior cinema era programa de família, de paquera
    Cidade que tinha era vista como desenvolvida
    Molecada ia pra matinê e depois ia pras pracinhas jogar conversa fora
    Usar as melhores roupas
    Existiam os cinemas volantes
    Que traziam e montavam em salões
    A arquitetura dos prédios eram lindas
    No sertão do Paraná as exibidoras eram principalmente paulistas

    5+

  • Pantaneiro 7 de novembro de 2021 at 10:50

    Senador petista tentando emplacar fake news do bem

    1+

    • Pantaneiro 7 de novembro de 2021 at 10:51

      Só esqueceu de cortar ou borrar as placas tugas do veículo.

      Imagino q em portugal deve ter quase dobrado o preço da gasolina tb

      5+

    • Na_Volta_Eu_Compro 7 de novembro de 2021 at 12:41

      Placa não é da banania huehuehue

      2+

    • Sapato Furado 7 de novembro de 2021 at 13:09

      Por isso ele é conhecido como Um Certo Bosta

      2+

    • Jr 7 de novembro de 2021 at 19:13

      Já apagou

      1+

  • Neco 7 de novembro de 2021 at 10:58

    545 – PORQUE ELE VIVE

    1
    Deus enviou seu Filho amado
    Pra perdoar, pra me salvar.
    Na cruz morreu por meu pecado,
    Mas ressurgiu e vivo com o Pai está.

    Coro
    Porque Ele vive, posso crer no amanhã.
    Porque Ele vive, temor não há.
    Mas eu bem sei, eu sei, que a minha vida
    Está nas mãos de meu Jesus, que vivo está.

    2
    E quando, enfim, chegar a hora
    Em que a morte enfrentarei,
    Sem medo, então, terei vitória:
    Irei à Glória, ao meu Jesus que vivo esta.

    10+

  • Saulo 7 de novembro de 2021 at 11:16

    1+

    • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 11:18

      é muita filhadaputagem

      3+

      • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 11:19

        vamos ver se terá nota técnica para os carnavais de rua pelo Brasil à fora……

        3+

        • Abomineve Homem das Naves 7 de novembro de 2021 at 11:26

          Banânia resumida.
          Marromeno assim?

          View post on imgur.com

          13+

        • Sapato Furado 7 de novembro de 2021 at 13:19

          E Bolsonaro segue fazendo motociata, falando que ninguém é obrigado a nada, mas aí um grupo de funças falam fake news (como se vacinado não transmitisse nada) e impõe sobre todos, sem qualquer participação do legislativo e executivo.
          Já romperam a corda faz tempo, só falta a Rainha da Inglaterra acordar.

          5+

  • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 11:19

    porra…. não tem como alguém achar tudo isso normal….

    5+

    • Neco 7 de novembro de 2021 at 11:22

      Não é.
      Mas Deus existe, e eu creio que está vendo tudo.

      4+

      • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 11:48

        O pior é a sensação de desamparo institucional…..

        O Presidente quando manifesta alguma contrariedade acaba reunindo todo aparato burocrático pra atropelar qualquer resistência da pessoa a tais medidas…..

        isso aí… essa coisa do trabalho…. já sabemos que será imposta goela abaixo pelo STF….

        mesma coisa a vacinação infantil…..

        tudo com o beneplácito da sociedade brasileira de pediatria…. imunização e etc… MTP… MPF… STF… com a omissão covarde do congresso…

        5+

        • Abomineve Homem das Naves 7 de novembro de 2021 at 12:20

          Correto.
          Omissões e defesas unidas em um único propósito: f*der o povo.

          0

        • Sapato Furado 7 de novembro de 2021 at 13:10

          E nós, homens de bem, desarmados.

          2+

          • Abomineve Homem das Naves 7 de novembro de 2021 at 14:16

            Ah, se os Phalanx CIWS fossem acessíveis para os civis que realmente querem defender a própria propriedade privada…

            0

            • Pé Vermelho 7 de novembro de 2021 at 14:51

              Ai vc ia acabar com os cUmpanheiros poxa
              Distribuídas nas propriedades rurais nunca que teriam criado raiz os fdp do M$T

              1+

        • Idiosyncrasy_rules 7 de novembro de 2021 at 16:58

          Tutti por dinēro das castas

          1+

  • paulo 7 de novembro de 2021 at 11:31

    russa falando da venezuela. interessante.

    1+

  • Alfinete da bolha 7 de novembro de 2021 at 11:56

    “Ontem apresentei “Invasores de Corpos” do Philip Kaufman à minha filha, encontrei por acaso na MGM. Continua com boa potência. A maioria dos efeitos ainda engana bem e ela adorou. Ficou impressionada como o filme deixa a gente tão tenso mostrando tão pouco. Cinema é isso. Tanto que já a demovi da idéia de assistir a versão dos anos noventa, uma bomba do Abel Ferrara, para não estragar a boa impressão. O que mais me chamou a atenção foi como a temática deste filme se encaixa em qualquer época ou tempo. O original “Vampiro de Almas” era uma referência clara à infiltração comunista nos EUA, o perigo daquela gente sem individualidade e sem alma que tomava a América aos poucos. Bem, não estavam muito longe da verdade. Mas muita gente viu o filme como uma crítica ao macartismo também. Parece que o roteirista queria dizer uma coisa, o diretor outra, e o filme se beneficiou desta ambivalência de leitura. Nasceu clássico. A versão que assistimos ontem é de 1978 e tem pegada bem parecida, mas um alcance maior na minha opinião. Tanto que a conclusão de minha filha foi a mesma que a minha: os extraterrestres transformam as pessoas em tudo o que o atual mundo progressista deseja. Afinal, quem não deseja um lugar onde o coletivo importa mais do que o individual? Um planeta sem discussões, dúvidas, ou dores? Uma realidade onde até mesmo o sexo é eliminado. No filme, as pessoas são reproduzidas em casulos e tornam-se plantas que andam. Imaginem o quanto isso economizaria de tempo em discussões sobre gênero e identidade? Um mundo sem religiões ou famílias. Um paraíso sem humor e sem amor, mas com a paz social, o equilíbrio, e a igualdade garantidas. Nas cenas finais, com o planeta já tomado, há um silêncio assustador nos ambientes de trabalho. As pessoas não se olham nos olhos, não conversam, não demonstram sentimento algum. Mais ou menos o que já ocorre em escritórios do mundo todo, onde uma piscadela mal dada já pode ser considerada assédio sexual e onde um levantar de voz já é elemento de assédio moral. Os poucos que ainda não foram dominados pelos extraterrestres não podem dizer o que são e o que pensam. Caso contrário, são denunciados, pegos, e cancelados. Opa: transformados. Eu me lembrei dos corredores de algumas emissoras e produtoras atuais e senti a espinha gelar, um incômodo real. Fiquemos atentos. Assim como no filme, a qualquer momento você pode tomar um dedo na cara e um berro gutural de alguém. Sim, eles já estão entre nós.”

    (Paulo Cursino, via Facebook).

    7+

    • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 12:01

      “Ficou impressionada como o filme deixa a gente tão tenso mostrando tão pouco.”

      Um filme em que isso ocorre é “Das Boot”, filme alemão de 1981, sobre um submarino alemão da Segunda Guerra Mundial, o U-Boot U-96.

      imperdível.

      3+

      • Johnnyboy 7 de novembro de 2021 at 12:03

        claro que de forma diferente da questão abordada no texto do comentário… (muito bom aliás).

        2+

      • Saigon 7 de novembro de 2021 at 19:21

        Primeiro filme de guerra que vi. Passou na tv aberta, devia ter uns 10 anos. Imagina a minha cara, muleque, acompanhar aquele sofrimento todo e depois aquele final frustrante.

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      • Mario-aquele 7 de novembro de 2021 at 20:36

        Realmente é bom, a tensão e confinamento irradiam para quem assiste.

        1+

  • Alfinete da bolha 7 de novembro de 2021 at 12:10

    Já que o assunto é cinema e listas, “Alta Fidelidade”, comédia sobre listas, música e outras coisas.

    1+

  • MrCitan 7 de novembro de 2021 at 13:21

    Lembro que na minha época de garoto, tínhamos três cinemas na minha cidade: Um histórico da década de 30, um contemporâneo, e o outro mais moderno, que era dentro de uma galeria.

    Eu só fui conhecer um cinema pela primeira vez quando eu tinha 8 anos, numa sessão de matinê no domingo, no qual aquele cinema contemporâneo fez uma promoção nas escolas pra encher a sala. Eu lembro que era um filme em desenho animado, de um conto de fadas mas sem ser da Disney, mas nessa altura do campeonato não vou me lembrar sobre a estória.
    Aquele dia foi especial, em estar pela primeira vez ao cinema, e ver aquela telona branca, com as cortinas marrons ao lado, e eu sentar naquelas cadeiras estofadas retráteis , feitas de madeira. Lembro até que da algazarra da molecada, e de a gente trazer pipoca de casa.

    Depois daquela experiência, passei vários anos sem ir a uma sala de cinema, pois cinema era caro aqui em casa, ou você comia mistura ou ia ao cinema, tanto que nem tive condições de ir assistir ao filme do Transformers de 1986, no qual eu tava alucinado pelo lançamento, porque eu era (e ainda sou) fã da franquia.

    Enfim, só fui voltar a ir ao cinema lá em 1987, quando a situação melhorou um pouco e eu pude ir naquele cinema moderno, ir com amigos assistir o “Predador”. Cara, experiência bacana, além de o som e a tela serem melhores, eu vi ainda um espaço para os fumantes, uma espécie de “cercado” envidraçado para o pessoal poder assistir ao filme enquanto fumava, pra mim era algo bem curioso.

    Por fim, lá em 1989, ao abrirem um shopping na minha cidade, sem perceber eu vi ali o começo do fim dos cinemas de rua, na qual aquele espaço de lojas tinham três salas de cinemas no mesmo lugar. Uma idéia inovadora para a época.
    E nessa mesma época eu já estava trabalhando, e mesmo ajudando em casa eu tinha um dinheiro sobrando pra ir ao cinema, e com isso eu fui lá nesse shopping para assistir o “Batman” do Keaton e o Nicholson, e além de ficar fascinado pelo filme, fiquei encantado com aquele modelo de cadeira arquibancada, com cadeira com porta-copo, inclinação e som e imagem incríveis.

    Desses cinemas que eu falei lá no começo, o histórico não existe mais, o contemporâneo foi sobrevivendo até quando dava, quando sucumbiu aos pornôs de rua, shows eróticos, virou uma igreja evangélica e depois fechou as portas de vez. E o cinema moderno até que tentou, mas foi vendido e virou uma igreja evangélica até hoje.

    É uma pena que várias salas de cinema Brasil afora tenham fechado as portas, é difícil dar uma explicação pra isso, o único palpite que tenho é que cinema sempre foi caro para um país pobre, e ainda mais com a crescente insegurança desde os anos 80, as pessoas preferiram ir no shopping do que ir ver o filme em um cinema de rua.

    Talvez se o nosso dinheiro valesse mais e não tivesse essa insegurança, eu acho que o cinema de rua teria sobrevivido mais alguns anos por aqui.

    3+

    • Mister.M 7 de novembro de 2021 at 13:29

      Eu me lembro do meu primeiro filme no cinema: “O pequeno stuart little” em 1999, no Shopping Curitiba. Tinha 8 anos também.
      Outro filme que me lembro bem:”Diários de Motocicleta” em 2004 num cinema de Rua, minha mãe me levou. Sim, é o filme do Che. Kkkkk
      Faz tempo que não vou ao cinema, aliás, nem me lembro da última vez que um filme bom passou nas telonas.
      Das últimas vezes que fui era tudo porcaria.

      0

      • MrCitan 7 de novembro de 2021 at 14:15

        Eu acho que faz uns 3 anos que eu não vou ao cinema, e com essas regras imbecis de pandemia, de ficar de máscara na sessão toda, eu não tenho motivação pra isso.

        4+

  • Calmo 7 de novembro de 2021 at 13:30

    Essa de cinema me fez lembrar de um na minha cidade nos anos 70. Era de madeira o prédio e nas laterais da sala tinha uma espécie de acabamento de uns 5 cm que descia por toda a sala. Nos filmes de terror (zé do caixão na época) nós colocava-mos gilete de barbear cravado na descida e quando as ratazanas começavam a descida era uma sanguera desgraçada. Muitos gritos de quem estava por perto.
    Saudade desse tempo.

    2+

    • Mutuário 7 de novembro de 2021 at 18:35

      Isso sim é interação do público com o filme!

      1+

  • Saulo 7 de novembro de 2021 at 13:37

    0

  • Bruno 7 de novembro de 2021 at 13:48

    Dia.
    Interessante a questão dos anos 70. Penso que a principal mudança foi a pauta dos meios de comunicação. Até então o que era produzido visava principalmente o racional e o engrandecimento moral da humanidade. A partir dessa década é que começaram as produções que visavam atingir mais o lado emocional e primitivo do ser humano. A partir dessa década estamos em um progressivo declínio moral e intelectual da humanidade.
    Mas eu não sou do grupo pessimista. Acredito que sempre haverá aqueles que não se deixarão enganar e que esses continuarão a existir e progredir, independentemente do que aconteça aos neandertais que choram copiosamente pela morte de um artista qualquer ou acreditam em qualquer coisa que eles falam só porque são famosos.
    Não interessa o quão numerosos sejam os imbecis. Não existe rivalidade a altura de uma mente superior. Mais ou menos como em “A revolta de Atlas”.

    5+

    • Pagando o que é meu 7 de novembro de 2021 at 18:47

      “Não interessa o quão numerosos sejam os imbecis. Não existe rivalidade a altura de uma mente superior.”

      O mundo só precisou de um Jesus, um Leonardo da Vinci, um Michelangelo, Mozart, Beethoven, Nero (kkk), enfim.
      Aquela frase do Nelson Rodrigues sobre os idiotas dominarem o mundo pois são muitos, precisa ser melhor usada.
      Olha quantas mudanças nos últimos 20 anos. Pude trabalhar em casa por causa da tecnologia acessível, aluguei um ap sem nem ter contato com o dono (self check-in), logística bombando, compras on-line, tudo chegando em casa. Nem dependemos mais de ir ao cinema. Muitas opções pra ver no conforto de casa.

      3+

    • Abomineve Homem das Naves 7 de novembro de 2021 at 14:26

      Parece que o “recado” já foi dado.
      😉

      2+

  • Leonardo M. 7 de novembro de 2021 at 15:04

    Onde está nosso Salvador Etanol para nos livrar de gasolina com preços absurdos uma hora dessas?

    Alguém sabe onde foi parar?

    4+

    • Neco 7 de novembro de 2021 at 15:28

      Leia a matéria do link acima, vão apostar no etanol. Apostar forte.

      1+

    • Sideshow Bob 7 de novembro de 2021 at 15:50

      Se você pudesse lucrar com o etanol subindo junto a gasolina, faria isso ou venderia mais barato pra ajudar o povão?

      1+

      • Leonardo M. 7 de novembro de 2021 at 16:13

        Etanol tem que estar 70% do valor da gasolina ou menos para poder compensar.

        Sim eu venderia um pouco mais barato para as pessoas consumirem mais meu produto.
        Afinal se a gasolina compensar + em abastecer por KM rodado por litro que o etanol pq abastecer em etanol?

        3+

        • Pé Vermelho 7 de novembro de 2021 at 17:51

          Vi hj aqui
          aRcu correspondendo a 84% da gasosa
          Impossivel usar

          4+

        • Someone 7 de novembro de 2021 at 21:38

          O açúcar está com um preço melhor, o que faz com que as usinas produzam menos etanol.

          0

      • Zé Ninguém 7 de novembro de 2021 at 16:23

        A verdade é que ninguém tá nem aí não…
        Ardam no forévis de quem tenha de arder.

        1+

  • o_estrangeiro 7 de novembro de 2021 at 15:06

    bom dia (noite começando aqui) banânia!

    Sentado aqui na varanda, um espetáculo com a Lua em fino crescente acompanhada de vênus, com júpiter e saturno relativamente próximos, um leve friozinho pra fazer a batida quentissima que dona estrangeira me fez descer mais gostosa.

    Barna me fez lembrar dos bons tempos do cinema de rua no rijota, eu ia em todo tipo de sala, no olaria, rosário, aquele da cinelândia que não lembro mais o nome…

    aliás eu tenho um filme na cabeça, esse eu vi na TV, era bem moleque e fiquei aterrorizado, lembro muito vagamente da história, era uma criança que tinha um dom de entre outras coisa entrar na mente de outras criaturas, como os pássaros, e vivenciar essa experiencia como se estivesse ali. Uma cena que lembro bem era que em um celeiro um garoto gordo de quem o protagonista não gostava vivia pulando no monte de feno, até que um dia o protagonista colocou um forcado (tridente) no meio da palha e o outro é empalado.
    Queria muito lembrar mais, acho que no final o garoto morre queimado pela própria avó que é imolada junto no celeiro com ele, queria saber que filme é esse, aproveitando os conhecimentos dos cinéfilos do blogue.

    3+

    • MrCitan 7 de novembro de 2021 at 15:21

      Eu fiquei curioso, mas não lembro de algum filme assim, deve ser antigo.

      Talvez esse site possa te ajudar.

      http://www.whatismymovie.com/

      1+

      • Abomineve Homem das Naves 7 de novembro de 2021 at 18:51

        Isso é tarefa para o… BARNA.
        🙂

        1+

    • Babayaga 7 de novembro de 2021 at 15:35

      É o maravilhoso ” A inocente face do terror”, que até vale a pena ver de novo.
      Gosto muito também do ” Inverno de sangue em Veneza”. Nem entendia bem, era criança na época, mas morri de medo.
      O iluminado eu chorei de pavor, até hoje me assombra.
      Somos cultos pra caralho! Chupem, seus millenials e pré millenials retardadx!
      By the way, o cinema da foto, o lindo Roxi, ainda está de pe. Em Copacabana.

      1+

    • Lililelé 7 de novembro de 2021 at 16:13

      A inocente face do terror!

      1+

    • Ed 7 de novembro de 2021 at 20:34

      Acho que o filme chama-se The Other. Link do trailer: https://youtu.be/mGEG92502Yo

      1+

  • Pé Vermelho 7 de novembro de 2021 at 15:20

    Nada como a sabedoria popular…

    2+

  • MrCitan 7 de novembro de 2021 at 16:17

    Bateu uma saudade dos anos 90….

    4+

    • Zé Ninguém 7 de novembro de 2021 at 16:22

      Época boa… Luiza Ambiel na banheira pegando sabonete…
      #voltaProgramadoGugu

      1+

    • Mutuário 7 de novembro de 2021 at 18:43

      0

  • Neco 7 de novembro de 2021 at 17:08

    Achei interessante.

    Na verdade fala sobre o poder da mente e da palavra, nas entrelinhas.

    1+

    • Juliana 8 de novembro de 2021 at 06:28

      forte hein. gostei do video.

      1+

  • Saulo 7 de novembro de 2021 at 19:03

    O céu não é o limite!

    2+

    • Saulo 7 de novembro de 2021 at 19:04

      Toque de Recolher para Homens | Paul Joseph Watson – Legendado

      1+

      • bomberman 7 de novembro de 2021 at 20:06

        Dramocracia é um erro. Sufrágio é dobrar a meta.

        0

    • Neco 7 de novembro de 2021 at 22:18

      Quando voltei do PR para o CE, queria muito ter ido para a Amazônia, mas minha mulher não concordou. As vezes tenho receio que eu estava certo.

      1+

    • Zé Ninguém 8 de novembro de 2021 at 07:40

      Vamos demitir não-vacinados, não-vacinados não podem entrar, vamos proibir acesso às armas, etc…

      Pois é.
      Como diria aquele jogador de voleibol Maurício: “-Começa assim p’ra ver até onde isso vai parar.”

      2+

  • Cadeia Marcov 7 de novembro de 2021 at 19:43

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