MP que facilita abertura de empresas é sancionada por Bolsonaro

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Pequeno guia para quem quer se vachinar sem se vachinar

MÉTODO 1: aproveitando-se da confusão

1) Encontre um posto de saúde em que o cadastro completo seja feito antes da picada, preferencialmente em filas separadas.
2) Vá em um horário de bastante movimento. Normalmente, costuma ser do meio da manhã até o início da tarde, logo depois do horário de almoço.
3) Verifique se as filas estão bem grandes. Se não estiverem, aguarde até que fiquem, ou volte em outro dia.
4) Entre na fila do cadastro e aguarde sua vez. Certifique-se de que seus dados pessoais foram anotados para inserção no ConecteSUS, e pegue o seu comprovante impresso (anotado e carimbado).
5) Vá embora imediatamente do posto, aproveitando-se do monte de gente que está no local.
6) Repita o procedimento para a segunda dose.

MÉTODO 2: convencendo o(a) enfermeiro(a)

1) Procure um posto de saúde mais afastado do centro da cidade. Se você mora em capital, dê preferência para a periferia ou para cidades mais pobres da região metropolitana.
2) Procure saber quem é o responsável pela aplicação da vachina e pelo cadastro dos vachinados no ConecteSUS. Identifique essas pessoas. Às vezes, as duas tarefas são feitas pelo mesmo profissional.
3) Procure abordar amigavelmente um desses responsáveis, se possível fora do ambiente do posto de saúde (esperando que algum deles saia para almoçar, ou saia no fim do expediente).
4) Diga que já pegou o Corongo e que teme as reações à vachina. Diga que alguns amigos seus tomaram a picada e ficaram mal de saúde de maneira inexplicável e que isso lhe deu medo. Pergunte desse profissional o que ele acha dessas reações, e se já testemunhou algo do tipo. Pergunte também o que ele acha dos passaportes sanitários.
5) Observe a reação do interlocutor. Se ele disser aguma coisa como “as vachinas são seguras/reações são raras/não tem problema/tem que vachinar mesmo/passaportes são necessários/o povo não sabe se cuidar/você é bolsominho”, agradeça pela atenção, vá embora e procure sondar outro posto.
6) Caso o profissional diga alguma coisa como “você tem razão/já vi reações acontecerem/existe risco sim/discordo dos passaportes/ninguém sabe o que pode acontecer/o governo só faz cagada”, pergunte educadamente se ele poderia lhe fazer o favor de cadastrá-lo no ConecteSUS como vachinado sem que você tenha que tomar a picadura. Diga que sua empresa o está ameaçando demissão se você não tomar a vachina, e que você tem medo e não quer ser forçado, que tem filhos e pais dependentes, que não quer passar fome, enfim.
7) Caso o profissional concorde, deixe claro que você manterá segredo, e ofereça uma quantia (entre 150 e 300 Guede$) como forma de agradecimento pela compreeensão e coragem.
8) Caso o profissional hesite, insista um pouco mais, demonstrando desespero se possível, e ofereça entre 150 e 300 Guede$ para incentivá-lo – e deixe claro que manterá segredo.
9) Se mesmo com o incentivo financeiro o profissional não ceder, agradeça e procure sondar outro posto.

MÉTODO 3: Carteirada impressa sem ConecteSUS

1) Procure um modelo de comprovante impresso na internet – dado que o povo está postando seus comprovantes de vachina como se fossem conquistas pessoais, essa é uma tarefa fácil.
2) Obtenha deste comprovante os seguintes dados: tipo da vachina, lote, nome do aplicador, data da aplicação, código do aplicador (se disponível) e local (se disponível).
3) Pegue uma caderneta de vassinassãum antiga que você tenha, e anote à mão esses dados em um espaço que esteja vazio. Tente simular uma caligrafia diferente da sua – treine em um papel à parte se for necessário.
4) Se você quiser ser muito sofisticado, peça para aquele seu amigo designer gráfico para reproduzir uma cópia visual do comprovante em papel cartão, e fazer um carimbo com os mesmos dados, ou dados similares, constantes no comprovante original (caso haja carimbo). Anote nessa cópia os mesmos dados que existem no comprovante original, mudando, é claro, os dados de identificação pessoal para o seu nome.
5) Saia por aí dando carteirada em lugares que exigem comprovante mas não fazem questão de pedir o ConecteSUS.

E como ficaram sabendo ?
Deu algum tipo de RUIM e os Bombeiros foram chamados.
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