Mister.M 19 de setembro de 2024 at 11:24
Jardim Social em Curitiba.
Bairro nobre por muitos anos.
Cheio de “mansão” – casa grande com terreno etc.
Ninguém quer mais, vale nada, difícil de vender.
Ao passo que um apto no mossunguê, campo comprido, Juveve, Cabral, enfim, há vários bairros “bons” vende igual pão quente.
E vende mesmo! não é anúncio de fingezap.
E tem alguns bairro, igual ao meu, que o povo menos afronhado ainda dá conta de morar em casa frente p/ rua.
Mas tenho plano de sair daqui num período de 2~5 anos no máximo!
Mas por localização geográfica mesmo.
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Bom dia!
Primeiramente, alguém pode me explicar porque ninguém quer morar no bairro do linque ali em cima?
Bem, parece que estamos entrando em um novo ciclo de loucuras imobiliárias nessa terra miserenta. Já lemos aqui vários relatos de como o negócio é feio nas grandes capitais, de como no interior está cada vez mais difícil arrumar bons imóveis e a moda atual de os governos interferirem diretamente na ordenação espacial das cidades para as “valorizar”.
Aparentemente morar em um bairro totalmente residencial é coisa pra quem tem condição – muitas prefeituras estão mudando destinação de áreas e aqueles antigos galpões de indústria, pasto, usina estão virando loteamentos e mais loteamentos. E tudo LONGE dos grandes centros. A molecada esquerdista aprendeu na faculdade que isso é a tal gentrificação, aquele lance de os ricos expulsarem os pobres pra fora da cidade mais central e etc. Bobagem.
Greca fez isso em CWB.
Jogou os moradores de rua, antes mais concentrados no centro, para os bairros.
Na minha rua havia um liceu de ofícios com curso profissionalizante (maniceure, cabeleireiro, garçom, etc). Fecharam e no lugar fizeram um albuergue p essas pessoas dormirem, tomar banho ,etc.
E durante o dia eles ficam pelas ruas cometendo pequenos delitos, furtando hidrometro, lâmpada, cesta de lixo, etc,etc.
Uma beleza!!!
Eu mudei a ordem dos posts pra ilustrar a confusão comum. A prefeitura de CWB fez o que toda prefeitura costuma fazer em relação à população de rua após os anos 2000. Pega os mendigos, empurra para algum bairro degradado e sem muito valor como região comercial ou residencial, e ali deixa os cracudos se aninhar mandando comda e cobertor.
As duas coisas estão perfeitamente ligadas – A prefeitura escolhe afundar certos bairros para poder preservar outros. O bairro mais pobre e que gera menos ISS e IPTU acaba recebendo menos investimentos pois o cálculo econômico é simples: quantos R$ a prefeitura recebe em impostos por cada R$ investido no bairro A, B ou C? E isso é certo ou errado?
Vejo o pessoal criticando o prefeito do Hell, o Paes. Paes jamais perderá eleições no Hell. Ele simplesmente conseguiu demolir quase 10% do mobiliário urbano da Cidade do Hell e com isso, abriu fronts de obras que “valorizaram” regiões inteiras da Capital. Com os amigos certos, tudo vale a pena, né? Pois se essa lógica do Greca (um pulha) está parcialmente certa, o Paes ao arrasar uns pedaços dos mais miserentos da cidade para que a especulação imobiliária desse um gás… está errada?
Beleza, o bairro é uma bosta e realmente nada ali vai ficar bom. Os caras entendem que dá pra roubar MUITO fazendo um “Favela-Cidade” em determinada região abandonada e miserável. Quem mora na região vai gostar, quem vai receber os entulhos humanos desta movimentação social vai ficar pucto. É o Hell: Todo mundo que anda de carro ODEIA a merda da obra do BRT, mas quem anda de ônibus está adorando.
E neste fluxo aí o político pondera como arrancar mais grana do Estado e ao mesmo tempo arrumar apoio do empresário, do empreiteiro, do pobre do bolsafamília e do senhorzinho que tem uma casinha exatamente onde a Prefeitura vai passar uma obra superfaturada e com projeto deficiente. É o tal ganha-ganha onde só quem faz tudo certo se lasca com força, ficando à mercê dessa “pequena política” mutreteira.
Na faculdade ensinam que gentrificação é “tirar os pobres do lugar para valorizar os imóveis e beneficiar o Capital”. E também ensinam que “morador de rua tem direito a viver onde quiser e receber apoio do Estado”. As duas afirmações são parte de um mesmo contexto: A pobreza é um meio de controle espacial muito poderoso e nossos políticos exercem este controle o tempo todo.
Bom dia! voltarei a este tema futuramente!