MrCitan 20 de dezembro de 2019 at 15:45
CVR frustrante
Fui convidado com muita insistência (na verdade você é intimado) a comparecer a uma confraternização da empresa, mesmo eu sendo terceiro. Já começa aí a bizarrice.
Tendo aceitado o convite, qual a minha surpresa em ver o quanto seria o “rateio”…
R$ 70,00 reais, por alma. Putz, por este preço eu mesmo caço boi no pasto igual aos tempos do Sarney. Falaram que este valor estaria custeando o valor das carnes e bebidas, e o espaço seria gratuito, cedido por um conhecido.
Paguei, meio a contragosto, mas na esperança de estar comendo picanhas ao estilo “Vento Haragano”, e que se dane a confraternização. Chega no dia do fatídico churrasco da confraternização, nem tinha tomado café da manhã direito, só pra poder valer o poder dos 70 Bonoros que vazaram da minha carteira.
Faltando pouco mais de 01 hora para irmos ao local combinado, me vem ao ouvido que as bebidas seriam rateadas entre os participantes. Quem quisesse beber, nem que fosse refrigerante, que trouxesse o seu.
Como é? Que marmota é essa?
Paguei a maior nota e ainda tem que trazer bebida?
Pootaqueopariu!
Já com raiva, fui eu mesmo ao local, pois o resto das pessoas ainda iriam em supermercado comprar bebidas e o escambau. Chegando lá, fui descobrir que o “lugar cedido por um conhecido” era um salão de festas (xoxoteca), e eu só olhei para os apês do primeiro andar e pensei: Poha, nego paga meio milho grande pra morar aqui e ter que ficar de janela trancada. E qual a minha surpresa em saber que a carne ainda nem tava perto de estar na grelha.
Porra, que baguilho mais desorganizado.
E ainda tiveram a coragem de botar couver artístico?
Na hora eu pensei “Poha, desperdiçaram o dinheiro do rateio da carne com couver artístico de duas tias que parece que sairam de woodstock, sendo que um alto-falante com mp3 teria saído mais barato e feito o mesmo serviço.” Ah Mano, vátomanocu!
No fim, quase que eu fiz igual ao cara do churrasco que limpou entulho, que saiu mandando todo mundo tomar no c*. Só fiz o essencial: cumprimentei alguns, fiquei até a hora da carne, fiz meu prato, filei o refri de uma comadre lá na cara de pau, enchi o bucho e dei no pé dali.
Ah, mano. Próxima vez que tiver estas tranqueiras de rateio de confraternização, invento alguma coisa, uma lordose, sei lá, e me livro dessa treta!
***
Que merda. Que tipo de empresa empurra isso para fornecedores e funcionários? Certeza que algum esperto ganhou uma bufunfa em cima dos outros. Puta sacanagem.
Me faz lembrar um jantar que uma prima me levou. Era de uma destas pirâmides tipo Herbalife, que ela tinha aderido. Falou que o jantar seria maravilhoso, clube bom e coisa e tal. Eu já falei que não iria, que isso deveria ser uma armadilha, afinal na época eu já era “cortado de alça de gaita e furado de bico de teta”.
Mas, pelo clube ser bom e por ela insistir, lá fomos nós. O clube realmente era bom.
Lá chegado, havia umas 500 pessoas. O clube excelente, mas reservaram um porão. Não era o ecônomo do clube quem preparou. Terceirizaram. A comida era arroz, macarronese…
(tem prato mais pobre que isso?)
…uma carne de terceira estorricada no fogão, uma salada de legumes e verduras mais baratos e só. Sobremesa era sagu de Ki-suco.
O detalhe: faltou comida.
Detalhe 2: organizavam mesas por “cores” para que o povo fosse aos poucos. Foi todo mundo ao mesmo tempo e o tumulto se formou.
Detalhe 3: No meio do jantar, o “organizador” pediu para que o povo “não pegasse muita comida” para poder sobrar para todos.
Eu fui até a cozinha, fingindo estar interessado em promover um jantar. Daí o dono do buffet me passou o preço. Não vou lembrar dos valores, mas era tipo 10 reais e nós pagamos quase 7 vezes mais. Em valores de hoje, pagando o clube, mais o lucro das bebidas (sim, eram vendidas a parte), o sujeito ganhou entre 25 e 30 mil reais. E deve ter arrumado mais alguns para aumentar a base da pirâmide.
O que valeu foi a cara da prima na volta, com meu silêncio que gritava “eu te disse, eu te disse!”.