Saindo da caverna

Bom dia.

Esta semana pessoal que “manda” cansou e resolveu começar a liberar uso de máscaras em várias cidades. Ainda tem gente reclamando e falando que vai todo mundo morrer depois do dia 15, mas a maioria está de saco cheio, mesmo. Bem, vou ser pragmático e dar a dica: não guardem rancores dos infelizes que usvam máscara até pra namorar, e hoje andam sem nada na cara como se estivessem num comercial da Valisère, sorrindo na rua e balançando os beiços e o bigode sorridente – as mulheres, principalmente.

Eu mesmo tenho vontade de pegar pela gola da camisa e arrastar pela rua esse tipo de gente. Como o colega do meu trabalho que denunciou quem não usava máscaras durante o expediente para a ouvidoria do órgao, eu incluso. Claro que caguei e avisei pro chefe dele que podia me denunciar nominalmente, mas deu nada e ontem o rapaz estava livre leve e solto, feliz da vida com o direito concedido a ele pelo Estado.

Pessoas obedecem por temer o que o Estado pode lhes fazer de mal, basicamente. Isso é meramente um sintoma de décadas de governos personalistas, fidalguistas, associados a um instinto do bananense em seguir quem manda, não interessa muito o quão o cara mande. Povo não ultrapassa carro de polícia na rodovia sem antes dar aquela segurada social. Povo te cobrava a máscara mesmo onde não havia motivo algum para ser cobrada.

E é uma coisa meio doida a enxurrada de gente que pergunta “se precisa usar máscara ainda”… A mascara era obrigatória e virou facultativa. No Brasil “facultativo” significa “desnecessário”. O cara que usa máscara hoje, usa porque quer, tipo japonês, problema dele usar essa merda inócua. Só que agora usar máscara incomoda quem a deixou de usar, e eu creio que em breve veremos gente apanhando na rua por USAR máscara, de tão sem paciência que o povo ficou ultimamente.

Povo tá lentamente saindo da caverna, enxergando meio revoltados a sacanagem que foram estes últimos dois anos de peste chinesa. Mas eu creio, espero estar bastante errado, que novas ondas de trancacionismo e restrições variadas surjam, antes que a maioria da população tome consciência do tamanho da mentira que lhes foi enfiada goela abaixo neste tempo todo. Tem muito poder envolvido, muita gente se beneficiou enormemente da peste chinesa, largar o osso, o poder de pequeno-ditador é doloroso…

Já apareceu a “deltachrom”, já tem gente falando de encefalite que exige vacina, já tem o pessoal perguntando cadê o puto do átila, a cretina da pasternaque loirinha dos infernos, aquela babaca da fiocruz, essa negada toda que falou que a gente ia MORRER diariamente por meses a fio. Cadê esse pessoal? Sumiram providencialmente. Guerra na Urucânia deu uma chaveada no processo. Providencial, deliberado. Mas dificilmente um governo terá, a meu ver, peito pra trancar todo mundo novamente, não tem como negar a realidade de que o negocio acabou.

Na verdade o nosso mundo já mudou muito mesmo nestes dois anos, e se não teremos um “novo normal”, nossa normalidade provavelmente jamais irá retornar. Feito a Londres capital do INGSOC, lá no livro do Orwell. Noticias de guerra diariamente, recortadas de novelas de uma vida irreal, propaganda maciça falando que tudo está muito bem mesmo que você não tenha NADA, e aquela sensação contínua de que tem algo errado acontecendo toda vez que te mandam odiar quem você sequer conhece.

Sei lá, a sensação não é boa. Tipo no livro de Reis, quando Elias está brigando e fugindo da ira de Jezebel, e acaba na caverna, só ele, não tinha sobrado um. Deus chama ele, dá a dica, manda ele falar com os caras certos, voltar lá nos reinos e terminar de catar todo mundo de Baal, acabar com os pagãos, etc… Sair da caverna não é o final do processo, é o meio do caminho. A gente ainda vai pelejar muito por causa dessa maluquice toda. Mas temos de confiar, e tentar fazer o certo, né? Negócio é saber o que é o certo, não tem como esperar inspiração divina pra votar, por exemplo.

Bom dia, e espero que chova no Pampa este mês, a gente vai precisar.