Sufocamento

Bom dia!

Uma das coisas que mais sinto falta nestes ultimos tempos é de poder falar de coisas “não-políticas” no blogue. De certa forma a discussão política, que já era algo dominante aqui, virou uma tônica, a “pauta diária” de quase tudo o que escrevemos, e na nossa vida “material”, falamos, também. Dá uma sensação de emburrecimento, de que a nossa consciencia está presa numa rosca sem fim de problemas e mais problemas ligados ao Estado.

E de certa forma, sim, isso é verdade.

Colega nossa no Feiçebúque falou que se sentia sufocada por tanta pressão nas discussões políticas. Acaba uma polêmica, nasce outra, acaba uma confusão, já tem outra engatilhada na fila, prontinha pra ser o novo mote da destruição da sociedade como conhecemos. Claro, nós já havíamos conversado aqui sobre este nosso peculiar problema. O caso londrino, mais precisamente.

Mas é notório que, se nós resistimos bem a essa saraivada de aporrinhações, pois contamos com os fatos e a verdade objetiva a nosso favor, tem de se pensar em que se faz durante os reides de encheção de saco. Ainda mais na nossa situação social vexaminosa, de paranoias incontidas de de tanta gente estúpida se agarrando a histerias para poder nos incomodar com suas burras razias de fins de mundo pandêmicos.

Esse sufocamento estressa a todos, a sensação de que estar apenas certo não resolve, como não resolve demonstrar as coisas que falamos, ou que mesmo desenhando e explicando o desenho, nosso interlocutor vai acabar nos xingando só pra ver se a gente o manda para qualquer órgão interno da mãe dele (aí ele venceu “porque o cara não sabe debater” ou se nós o ignoramos (aí ele venceu “porque o cara não tem mais argumentos”), e termina satisfeito, glorisamente imerso em sua tina de estupidez, ao passo que nós aqui perdemos tempo em falar, em apresentar ideias. Um saco.

E tem muita gente burra por aí.

Estamos naquele momento em que as coisas ficam momentaneamente estáticas, depois de um sacolejo frenético. Me atentei que este é o primeiro fim de semana que não começa com uma confusão armada para explodir na segunda. Aparentemente – e partindo para um assunto objetivo – avisar que a XP estava interferindo na BOVESPA ajudou a fazer a dança da morte semanal parar por um momento. Recado dado, recado recebido. Achei interessante ver como nem todos os envolvidos na fábrica de caos semanal são profissionais neste mètier. Fosse eles e seguiria a parada da mesma forma, sem suspeições. Mas agora já era. Que bom!

Estamos indo para um caminho esquisito, totalmente impensável a uns seis meses atrás, mas que em essência, é e sempre foi a tal G.O.M.E que o nosso paizin sempre falou, ou a motivação de todas as advertencias do Anony, ou o mote do nosso perpétuo Shakespeare ter se entranhado no sobrevivencialismo, dentre uma infinidade de outros casos de colegas de blogue e suas histórias. As transformações econômicas da sociedade ocidental são uma camada mais acima desta razia mundial que estamos vivenciando como periferia, como efeito colateral. E eu não seria capaz de garantir que estejamos minimamente preparados para tantas mudanças.

Tenho muita fé na perenidade de certas transformações no país, mas vejo como algo tenebroso a forma como o Estado brasileiro está agindo por si, ignorando a sociedade. Pra mim é apenas socialismo, nada além disso. Hoje, gostemos ou discordemos do fato, temos 1/3 da população que efetivamente é contra este Estado. Um terço são uns 30 milhões de adultos, não aquela conta de boteco que falam por aí. Em uma democracia normal, seria garantia de um equilíbrio mínimo. Aqui na Bananaland, é só mais um aspecto do problema enorme que temos de lidar.

Bom dia, e tomem sol, dêem uma volta por aí. Sejam presos por motivos melhores do que postar memes na internet 😉