Uma Semana no Circo

Bom dia!

Um circo. Passamos a semana vendo um circo na TV e nas internetes da vida. Como sempre falo, não acho necessário relatar pormenorizadamente os eventos todos que vimos e ouvimos sobre a tal CPI. Não sei quando exatamente, aliás, a ideia de CPI se perdeu completamente de qualquer função originalmente prevista. Talvez simplesmente uma coisa do tipo tenha sido criada para não ter função alguma, existindo apenas para que seus membros pudessem ir colocando suas vontades e interesses na pauta do dia, enfileirando seus egos e buscando incomodar e estressar seus adversários.

E não falo de “circo” de um modo pejorativo. A CPI esta semana foi muito divertida! Sério, achei muito divertido ver aquele monte de bichos se revezando nas brincadeiras com o trapezista gordinho. Era um jegue, uma gazela, uns burros, uma Anta e várias cobras e vacas. Parecia um presépio dos infernos, aquele lugar. E ficou uma coisa engraçada ver aqueles animais tentando imitar seres humanos, e garatujando bobagens, acabavam sendo esculhambados pelo único cerumano presente, que lhes dava pitos e lhes deixava soltos para bobajar e fazer suas lambanças no picadeiro, ao vivo na TV Senado.

E passamos uns dias interessantes falando disso daí. De como os bichos estavam alvoroçados em querer participar da festa, e como todos eles achavam graça e troçavam animados que estavam em poder curtir com a cara do Trapezista Gordinho, até pensando altivamente em o colocar preso na jaula do Macaco Taca-bosta pra fazer o público rir mais um bocado. Estavam bem agitados, aqueles bichos todos. E faziam sujeira aos berros… nossa! E como se achou que o Circo ia acabar igual ao de Niterói, incinerado pela má índole do Careca e do Beiçudo, maus funcionários, catadores de caca de Anta. O começo da semana estava bem tenso.

A gente sabe que o maluco do trapézio não fala, não tem conversa, é só ação e saltitância, piruetas mortais entre os tabiques e ali, dependurado naquelas cordas todas, vive sob a ameaça contínua da Morte. Trapezista de certo modo é aquele cara que aprendeu a lidar com a Morte, fazendo seus malabarismos para a vencer dia após dia. Claro, em algum momento ou o cara para com essa lida perigosa, ou acabaabraçado por Ela. Não tem muito critério. Nosso Trapezista Gordinho pulou fora, mas deu um bom espetáculo antes de encerrar o Evento. Falando, fazendo as honras da Casa, aliás.

E nessa de crooner de festinha, o Homem lá fez os bichos endoidarem, tipo o monstro de série japonesa. Era tenso ver como logo de cara o Jegue se assustou com a primeira tamancada, que logo se aquietou, parou com aquele trote chato e nervoso em seu piquete. A gazela, tensa, quase teve um infarto, uma disritimia, tremia como chevette com calço quebrado, um pinscher – um despreparo, uma vergonha. Nunca mais volta do mesmo jeito. A anta berrou MUITO, junto daquele Macaco safado e metido a mallandro, igualmente depois daquelas pancadas encenadas, bem treinadas, quase um telecatch de picadeiro.

Eu que não curto nem conheço muito circo, achei de muito gosto essa bagaçada toda. Uma várzea, um fim de vida mesmo. Se algo representa a Banania são as favelas e os políticos locais. Senti falta de uma violência, uma porradaria saudável e construtiva, aquelas cenas tão legais dos bichos se estapeando e guinchando na medida em que as cadeiras voam e acertam os alvos errados… Senti falta, uma pena. Mas deu pra curtir a apresentação toda, foi muito criativa, muito legal.

Só não curti mesmo foi o Jegue, que era vagabundo, mesmo…!

Bom dia!