Vivendo e não aprendendo

Bom dia!

Esta semana o Portuga me traz este CVR aqui. A gente sabe que é meio a regra mas não tem como não ficarmos bem preocupados com a naturalidade com que vemos este tipo de situação acontecer. Pessoas tendem naturalmente ao vitimismo, ao coitadismo, mas até aceitamos de certa forma isso daí. Nem todo mundo vence, nem todo mundo fracassa… né.

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Portuga 27 de fevereiro de 2024 at 11:37

Tenho exemplos na família de pessoas nem-nem nas seguintes idades:

– Parente mulher, 57 anos (nunca trabalhou na vida – nem sequer terminou a escola). Viveu com a mae até engravidar, aos 30, de um rapaz de 18 anos. Foi morar com o rapaz, teve 3 filhos, e depois separou. Ficou com as criancas num anexo à casa da própria mae – onde mora até hoje. Depois disso, sempre viveu de bolsa-esmola e alguma ajuda esporádica da família (o pai das criancas, que sempre foi pobre, às vezes mandava uma pensao).
Os 3 filhos, que estao hoje entre os 20 e os 25 anos de idade, sao o oposto da mae e todos estudam e/ou trabalham.

– Parente “homem” (gay) de 41 anos. Se formou em jornalismo numa uniesquina, e até trabalhou por alguns 2 anos. Foi demitido e passou a negar ofertas de trabalho que fossem inferiores ao salário que tinha antes. Já se passaram mais de 10 anos e ele nunca mais voltou ao mercado de trabalho. Mora com os pais desde que nasceu, e diz que o “trabalho” dele é tomar conta dos velhinhos (de olho na heranca – alguns imóveis alugados em Sao Paulo). Uma vez ao ano posta foto relembrando “aquela” viagem que fez para Natal, na época em que ainda trabalhava… já que nunca mais fez viagem alguma.

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Na verdade gente assim, deste naipe, conhecemos aos montes e este é só um aspecto do problema. A maioria da população realmente idolatra o coitadismo a um nível medonho. Não tem jeito, todo mundo tem um parente que vive encostado, de bicos ou da “providência divina” de seus chegados. Gente que fracassou e não consegue mais sair do ciclo de desgraças e derrotas, vivendo como um pé de fícus, que cresce, estraga tudo aos seus pés e não dá porra de fruto nenhum. E ainda mata alguém de vez em quando.

Essa gente que fracassa é parte do processo. Eu sempre me pego pensando no que me fez não virar um cara mais rico, e mais cheio de posses, e ao mesmo tempo vejo pessoas com vidas parecidas com a minha, mas que fracassaram completamente na vida pessoal, sentimental, profissional. Eu poderia culpar qualquer um, e qualquer coisa, mas sei que o negócio é comigo mesmo, e sou o responsável pelo que tenho de bom e ruim. Mas essa galera elege culpados.

E quando eu tenho a culpa, ponho ela em quem eu quiser. Eu observo os dois casos ali em cima. A mulher ali é uma nem-nem ano 1967, clássica. OK, ela não faz merda nenhuma da vida, mas ao menos não ferrou a vida ao ponto de estragar a de seus filhos, que ao menos, têm uma visão de mundo diferente e não vão a seguir neste marasmo. Creiam em mim, hoje sei que isso importa muito: Só em não se drogar e virar cracuda ou bandida, prostituta de vizinho, já venceu umas milhares de mulheres como ela.

O rapaz ali, que resolveu usar a desculpa de ser especial para nunca mais trabalhar, é pior. Porque tendo cultura, conhecimento, prefere o ostracismo e a eterna vida atrás de uma miragem que é o dinheiro dos pais. Um horror. Pois ser gay não tem absolutamente nada a ver com a ausência de caráter, friso. Triste é o cara ser essa árvore sme fruto aí, que não tem legado, não tem um presente, apenas o passado digital o remoendo o tempo todo, numa vida de eterna espera pela riqueza que se der mole, ele nunca vai conseguir usufruir.

As pessoas são responsáveis por seu destino, e infelizmente muita gente já abriu mão disso. Ontem passei ali pela barreira do Vasco, tem uma cracolândia enorme ali. Fiquei até aliviado pois vi que a favela está encostando na rua principal, e expulsando os cracudos lentamente. Mas ali era, sei lá, uns 50 cracudos amontoados na beira da rua. Essas pessoas em algum momento de suas vidas decidiram que não valia a pena o esforço e se agarraram na droga pra anular um sofrimento, que provavelmente era culpa deles mesmos.

Esta semana minha sobrinha me falando de uma conhecida da escola de pobre dela. 14 anos, tentou se matar três vezes bebendo veneno de raro e remédios, mora com a mãe num bairro merda próximo. Todo mundo acha normal, nossa.  Eu fico apavorado em como essa galera nova não é criada pelos mais velhos. Não se ensinam as crianças a ser responsáveis, a assumir culpa, a lidar com seus problemas? Se a avó for a nem-nem ano 67 e o pai o cara que tá vivendo pela morte de alguém, o jovem vai ser quem, mesmo?

A culpa é nossa, amigos.

Bom dia.