Whatsapp, o novo símbolo da “extrema-direita”

Fato 1 – A FSP abriu mão de qualquer isenção nessas eleições. Não sou eu quem diz – é a própria FSP. Ontem Marcelo Coelho, membro do Conselho Editorial do jornal, publicou coluna para responder à seguinte questão: “será que o repúdio preferencial a um candidato extremista fere o apartidarismo?”. A resposta, para o escritor, que por sua posição representa o jornal é um sonoro NÃO – ou seja, o jornal se sente livre para mandar às favas o equilíbrio editorial na presença do que identifica como uma ameaça à democracia. O texto completo está aqui: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelocoelho/2018/10/ele-sim-ele-nao-tortura-pode-ser.shtml.

Fato 2 – Patrícia Campos Mello, a jornalista que publicou a denúncia contra a campanha de Jair Bolsonaro hoje na FSP, é de esquerda e sempre votou no PT. Mais uma vez, não sou eu quem diz isso, é a própria, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Sf274Y5-3vA.

Fato 3 – A campanha de Haddad precisava desesperadamente de algum fato novo para manter a cabeça fora d’água. Jair Bolsonaro largou o segundo turno com um percentual muito mais expressivo do que qualquer pesquisa apontava, a antecipada “aliança democrática” – basicamente, a união de todos contra Bolsonaro – nunca veio, e Cid Gomes pregou o prego que faltava no caixão da campanha ao chamar os petistas de “babacas” por se negarem a fazer qualquer auto crítica.

Fato 4 – A campanha de Haddad, desde o fim do primeiro turno, vinha tentando colar em Bolsonaro a pecha de responsável pelos atos de violência (alguns deles supostos) que pipocaram do nada pelo país, mas o negócio era um false flag tão descarado que não se refletiu em crescimento do candidato, ao contrário (https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214757698994334&set=a.1205908866123&type=3&theater);

Fato 5 – A matéria da FSP não traz uma única evidência, além da palavra da própria jornalista. “A Folha apurou” é expressão repetida 4 vezes, “A Folha teve acesso” 3 vezes, mas não é exibido um único documento que substancie o que é afirmado na reportagem. Interessante que quem não achou que 17 volumes de documentos bastaram para justificar a condenação de Lula tenha de repente fé cega numa matéria de 12 parágrafos; lembrando ainda que mesmo que alguém tenha efetivamente impulsionado disparos no Whatsapp, é preciso comprovar que essas pessoas agiram a mando da campanha de Jair Bolsonaro;

Fato 6 – Algumas horas após a publicação da matéria o PT já protocolava no TSE a petição inicial de uma ação em que pede a investigação dos empresários citados na matéria da FSP e a declaração de inelegibilidade de Jair Bolsonaro por 8 anos. A produtividade da equipe jurídica do partido é notável, já que foi capaz de produzir uma peça complexa de maneira quase instantânea;

Fato 7 – A despeito de denunciar a manipulação das eleições, a campanha de Haddad até aqui não foi capaz de exibir um único post, imagem, texto, meme, qualquer coisa, que tenha COMPROVADAMENTE revertido votos para Bolsonaro ou tirado votos de Haddad, e mesmo a matéria da FSP fala que uma campanha programa para ocorrer alguns dias antes do segundo turno, ou seja, AINDA NÃO TERIA ACONTECIDO;

Fato 8 – A despeito disso, ao mesmo tempo em que Haddad publicava no Twitter que o segundo turno deveria ser entre ele e Ciro, o PDT anunciava que iria propor ação visando a anulação do pleito, e Mauro Paulino, diretor do Datafolha, também no Twitter, usava a matéria de Patrícia Campos Mello para explicar como havia sido possível que o Datafolha houvesse errado tão flagrantemente o resultado do primeiro turno e as simulações de segundo.

Juntando tudo, está gerado, certinho e com timing perfeito, o “fato novo” que a campanha do PT necessitava para animar a militância e conseguir virar a eleição, não na urna (é muito tarde pra isso) mas no tapetão. Além disso, já está criada a narrativa para passarem mais 4 anos gritando que o governo que será eleito em 28 de outubro é ilegítimo – porque QUALQUER governo desde Sarney que não foi o do PT foi tratado pelo PT como ilegítimo. Como a fala de Cid Gomes revelou, mesmo na esquerda há mágoa quanto à pretensão de hegemonia do PT – ora, se eles não aceitam a submissão a outras lideranças dentro da própria esquerda (o que seria normal em qualquer democracia – a alternância de poder), é óbvio que eles não poderiam aceitar perder essas eleições.

Como sói ocorrer com qualquer grupo autoritário, entre aceitar o resultado e conflagrar o país, o PT escolheria mil vezes a guerra civil.

Mas eles são loucos se acham que a maioria do país vai assistir isso calada.
Rafael Rosset

Saiu Pesquisa do Data Poder.

DataPoder360 em votos válidos: Bolsonaro tem 64% e Haddad, 36%

Saiu Pesquisa do Data Poder.

DataPoder360 em votos válidos: Bolsonaro tem 64% e Haddad, 36%

pic.twitter.com/1xMZUtCmaC

— Esquerda não (@esquerdanao) October 19, 2018

Lula admite derrota de Haddad
A um interlocutor que foi visitá-lo na cadeia, Lula admitiu abertamente a derrota na eleição. Na visão dele, e da cúpula do PT, só um grande escândalo poderia mudar o resultado final.

https://veja.abril.com.br/blog/radar/lula-admite-derrota-de-haddad/

Bolsonaro diz que 64 é ‘um bom número’
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Brasil 19.10.18 16:25
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Sem cumprir agenda de campanha, Jair Bolsonaro recebeu a visita de aliados políticos nesta tarde, relata a rádio CBN.

Ao ser informado de que estaria com 64% dos votos válidos, segundo pesquisa repercutida por O Antagonista, o presidenciável do PSL brincou: “64 é um bom número!”.