E se as coisas fossem diferentes?

Pagando 1 de junho de 2024 at 11:43
Então, Luke.
Eu acho que precisamos lapidar também o olhar para setores estratégicos aqui no Brasil: energia, agro, tecnologia (nem que seja pra fazer home office pra empresa estrangeira), finanças e contratos digitais/token.

Temos 5.580 municípios. É muita coisa pra pesquisar. Mas, reforço aqui: estou olhando pro Espírito Santo e Centro-oeste inteiro: GO, MT, MS. Esse é o meu recorte.

Acho que você é um dos mais jovens aqui do blog. Dá pra desenhar uma vida bem interessante pra você.

Até eu, com 41, tô olhando pra Petrobras mesmo com todos os seus enormes problemas de transparência. Eu sei que o tema funça não faz muito sucesso no blog, rsrs, mas estou olhando pra essa estatal também. Tenho um técnico em adm que pode ser útil pra entrar via concurso, rsrs, claro sendo aprovada, que é o mais difícil.

Luk3B0lh4 1 de junho de 2024 at 21:42

Os Muquis estão certos em um ponto: dá pra ganhar dinheiro ainda, tem várias formas. Isso eu não tiro a razão.

O que eu vejo, porém, é que alguns têm um ponto cego em relação à moradia. Não percebem como a coisa está se degradando e como isso um dia vai invariavelmente afetar todo mundo.

A tarefa de achar um local bom para morar passou a ser algo contínuo. Acho que o pessoal subestima o problema.

Ofertas tem de monte, dá até pra achar umas “pechinchas”, mas locais bons, esses são poucos e caros. Quando cansei de viver em meio aos tigrosos, ponderando a perda de energia, saúde e tempo que isso demanda. Comecei a me debruçar sobre onde morar, só fui ver locais mais ou menos já ali beirando milhão.

Fui ver as cidadezinhas como alternativas e foi uma decepção muito grande. Por fim só aceitei que a realidade é essa, tudo mudou, locais bons são caros. Aquela vida tranquila que tinha na década de 1990 que se conseguia em um bairro comum de uma cidadezinha hoje está restrita para alguns bons condomínios que faz o que o estado não faz, dá segurança e tranquilidade para os moradores, vigia e pune os maus moradores ativamente. E fecha as portas de diversas maneiras para vagabundos.

Dá pra ganhar dinheiro? Sim, até dá pra virar de juros de forma frugal. Dá pra ganhar dinheiro suficiente para “viver de juros” e morar em um local bom? Até dá, mas essa tarefa é bem difícil. Para a maioria é uma coisa ou outra no momento.

Se as coisas fossem diferentes:
Se o Brasil não fosse um narco estado governado por cleptomaníacos;
Se tivéssemos um povo mais ordeiro e educado;

Qualquer casinha para um muquirana, mesmo das mais simples, seria ótimo. Era focar nos juros, viajar e por aí vai. Mas as coisas não são assim. Hoje mudasse para esses condomínios bolhudos só para fugir dessa loucura, o luxo é acessório.

***

Bom dia!

Infelizmente o “se” não joga. E o Brasil é o país do “se”. Aqui tudo é absurdamente relativo, instável, provisório. Quando os amigos aqui, aqueles que eu me recordo a trajetória, planejaram suas caminhadas, sinceramente… Tenho certeza de que ninguém esperava o cenário de hoje. Nenhuma probabilidade acertaria isso daqui.

Eu quase sou inclinado a dizer que não adianta nada se planejar por aqui, mas isso seria falso. Há uma vantagem enorme em quem se dedica a planejar a vida, se organizar. Nem falo daquele pessoal que realmente tem bons projetos de vida e consegue os executar com a destreza necessária, esse pessoal está fora do meu escopo. Eu sou daquele grupo que só em não estar bêbado e morando num barraco a essa hora do sábado, já conquistou mais do que uns 20% da família inteira.

Lance é que nosso futuro próximo será, sim, uma enorme aposta contra o futuro de nosso país. Nem brincando eu teria coragem de apostar em qualquer coisa positiva. No entanto, a palavra é exatamente esta: aposta. As únicas certezas que temos são as de que as coisas por aqui não vão fluir legal, e que não haverá quem tenha interesse em as organizar novamente.

Eu diria que sim, seria bom investirmos em nossos próprios projetos de vida e fechar a porta pro resto do mundo, mas isso é impossível, no momento. Sou bastante cético com a evolução política do nosso Estado, e acho que mesmo bons projetos esbarrarão no Campo de Distorção da Realidade que está ativo no nosso gobierno central, muito mudável e absolutamente sem firmeza…

Pessoalmente ainda tenho uma ambiguidade com esse negócio de escolher onde morar, onde “investir”. Anos de blogue me deixaram, digamos… “cético”. Pois como disse, vivemos tempos mudáveis demais. Quem ainda não se fixou, escolheu um lugar para viver por um prazo mais longo, deveria pensar em manter essa flexibilidade por mais um pouco de tempo. Não falei em “não comprar nada”, friso. Penso que ter um imóvel pode ser interessante para um futuro próximo, mas que isto não se torne uma amarra.

Pois, pensando na hipótese de piora generalizada do país, um imóvel não nos garantiria muita coisa, se financiado. Ao menos, que seja apartado de lugares mais suscetíveis à ação depredatória do cerumano e da criatividade fiscal do Estado, naquelas situações mais complexas, “subnormais”… Mas ter algo de referência pode nos ajudar a superar as fases ruins que virão. Entendo que infelizmente por cá as coisas são assim, fases e ciclos abruptos, e que não vale a pena achar que longo prazo aqui é coisa que seja tão natural assim.

Virar FP, ir pra uma cidade pequena do sul de Minas, arrumar uma casa com quintal e um pé de jambo, pegar uns dois cachorros caramelos pra cuidar do terreno, ir na feira domingo cedinho, participar de uma ação social de igreja, pescar no açude num final de semana… quem deseja, quem pode, quem consegue, quem alcança?

Bom dia! Aproveitem o sol, ponham os edredons pra quarar, a semana vai ser fria!